Da Pull&Bear à Mango e até a Gap. Como o vestuário confortável salvou o setor têxtil em tempos de pandemia

O aumento do teletrabalho e do tempo que se passa em casa devido à Covid-19 está a ter impacto nas vendas do sector têxtil, que encontrou no vestuário confortável e de desporto um ‘refúgio’ para amortecer as quedas no volume de negócios causadas pela crise da pandemia.

As principais marcas têxteis espanholas confirmam esta tendência. As vendas do grupo Inditex caíram 37% no primeiro semestre do ano, embora com diferenças entre as suas empresas. Por exemplo, a Oysho, que vende principalmente roupa interior e de desporto, regista a melhor evolução do grupo, após um volume de negócios de 208 milhões, até Julho. Já a Massimo Dutti, com um maior peso de roupa formal nas suas coleções, regista a maior queda, de 42%, para 490 milhões de euros.

Devido à pandemia, existe uma tendência para as marcas apostarem neste tipo de vestuário. A categoria “Conforto” aparece como uma das mais vendidas na Pull&Bear. Além disso, a Inditex acabou de lançar o website da Lefties, de roupa casual.

A Mango, por exemplo, criou uma coleção só com roupa para ficar por casa. “Detectámos que, como resultado da pandemia, o comportamento do consumidor mudou. As pessoas procuraram no nosso site palavras como roupa confortável e termos semelhantes, por isso, decidimos criar a categoria ‘Stay Home’, com roupa mais confortável para estar em casa e facilitar aos nossos clientes a procura desse vestuário”, aponta a empresa, citada pelo Expansión.

Também a Tendam, a empresa-mãe de Cortefiel, Women Secret e Springfield, confirma esta nova tendência de mercado. “As categorias de vestuário desportivo e de roupa de casa estão a funcionar muito bem em todas as nossas marcas desde o início do confinamento”, salienta.

Já a Gap também fez saber que as suas marcas “estão a tomar medidas para se adaptarem às preferências dos consumidores e melhorarem os seus inventários, devido ao aumento da moda informal”, devido às restrições que têm forçado as pessoas a passarem mais tempo em casa. A Old Navy, Gap y Banana Republic perderam vendas no segundo trimestre do ano, enquanto a Athleta, de vestuário desportivo, cresceu 6% em relação a 2019, apesar das circunstâncias difíceis em que se encontra o sector.

A Puma e a Adidas, marcas de roupa de desporto, apresentaram quedas nas vendas de 16% e 26%, respectivamente, no primeiro semestre do ano, no entanto corresponde a um melhor desempenho do que a média do sector têxtil, que perdeu 30% a 40% das suas vendas.

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