Da Ford à Microsoft. Há cada vez mais empresas a adiar o regresso ao escritório para o próximo verão

Quando a pandemia obrigou ao fecho dos escritórios em março, muitas empresas deram indicações aos seus funcionários no sentido de que se tratava de uma medida temporária. No entanto, neste momento, a lista de empresas que adiaram o regresso ao escritório até ao verão do próximo ano, na melhor das hipóteses, já vai longa.

Entre as empresas que privilegiaram o teletrabalho está a Google, uma das primeiras a anunciar que Julho de 2021 poderá ser a data de regresso à empresa. A Uber, Slack e Airbnb juntaram-se à lista. Na semana passada, a Microsoft, Target e Ford Motor também informaram que tinham adiado o regresso do trabalho presencial para o próximo verão ao reconheceram o incontornável: a pandemia não vai desaparecer tão cedo.

“Vamos apenas aceitar a realidade”, disse ao The New York Times Joan Burke, chefe de pessoal da DocuSign. Em agosto, a sua empresa, que gere a assinatura de documentos eletrónicos, decidiu que ia permitir aos seus 5200 funcionários trabalhar a partir de casa até Junho de 2021. “Isto ainda está a evoluir. Nenhum de nós tem todas as respostas”, referiu.

Espera-se que muitas mais empresas adiem as suas datas de regresso ao escritório para manter os trabalhadores em segurança, os quais, por sua vez, não mostram ter pressa em regressar.

De facto, cerca de 73% dos empregados dos Estados Unidos receiam que o facto de estarem no seu local de trabalho possa constituir um risco para a sua saúde e segurança pessoal, segundo um estudo da Wakefield Research encomendado pela Envoy, uma empresa de tecnologia no local de trabalho.

Mais empresas estão também a dizer que vão instituir políticas permanentes de trabalho a partir de casa, para que os seus funcionários não tenham de voltar a entrar no escritório.

Em Maio, o Facebook foi um dos primeiros a anunciar que permitiria a muitos empregados trabalhar remotamente, mesmo após a pandemia. Twitter, Coinbase e Shopify também disseram que o fariam. Na sexta-feira, a Microsoft anunciou que também faria parte desta lista.

“A realidade está a atingir, muitas pessoas começam e pensar: ‘não haverá uma vacina tão rapidamente como esperava’. Esta vai ser a minha vida, e é melhor aprender a lidar com isto”, explicou também ao The New York Times Tsedal Neeley, um professor da Harvard Business School que estuda trabalho à distância. As companhias bem sucedidas “começaram a pensar numa estratégia a longo prazo”, acrescentou.

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