Da Disney à Shell: Empresas anunciam milhares de despedimentos em apenas 24 horas

Em apenas um dia, várias empresas anunciaram milhares de cortes de postos de trabalho. Trata-se de um sinal de aviso para a recuperação económica a nível mundial. Mostra também um progresso limitado no mercado de trabalho, principalmente nos Estados Unidos.

Num dos maiores anúncios de despedimentos desde que a pandemia paralisou a economia, a Walt Disney disse esta terça-feira que está a cortar 28.000 trabalhadores no seu negócio de resorts nos EUA. Nas horas que se seguiram, o ritmo de despedimentos em algumas das maiores empresas do mundo – numa série de indústrias, desde a energia às finanças – acelerou.

Esta quarta-feira, a Allstate, a quarta maior seguradora de automóveis da América, anunciou que vai cortar 3.800 postos de trabalho – cerca de 8% da sua força de trabalho. E a Bloomberg informou que a Goldman Sachs Group planeia cortar cerca de 400 postos de trabalho.

Anúncios como estes apontam para novos desafios numa recuperação que já abrandou, após um ressalto inicial em Maio e Junho. Estima-se que os pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos permanecem muito acima dos níveis pré-pandemia, de acordo com a Fortune.

Um relatório sobre o emprego nos EUA, a ser publicado sexta-feira (o último antes das eleições presidenciais de Novembro), deverá revelar que os empregadores adicionaram menos meio milhão de trabalhadores em Setembro, em comparação com Agosto.

“As perdas de emprego concentraram-se inicialmente em empregos no sector dos serviços, mas, como em qualquer recessão económica, é provável que existam mais reduções à medida que as empresas tentam proteger as suas margens de lucro”, disse Brett Ryan, economista sénior norte-americano do Deutsche Bank Securities, em declarações à Fortune.

As consequências não abrangem apenas as empresas americanas. A Royal Dutch Shell, por exemplo, anunciou que vai cortar até 9.000 postos de trabalho, uma vez que a gigante de petróleo está a implementar uma mudança energética que visa utilizar menos combustíveis fósseis. A empresa espera que a revisão proporcione uma poupança anual de custos até 2,5 mil milhões de dólares, até 2022.

Também o conselho de supervisão do fornecedor alemão de autopeças Continental AG aprovou um plano de reestruturação que vai cortar ou deslocar 30.000 postos de trabalho em todo o mundo.

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