Da descida das taxas Euribor à garantia pública para jovens: O que esperar do mercado da habitação em 2025?
Após um ano marcado por mudanças significativas no crédito habitação, 2025 traz novas dinâmicas ao mercado imobiliário. Descida das taxas Euribor, efeitos limitados da garantia pública para jovens, aumento do preço das casas, maior relevância do certificado energético e crescente recurso a intermediários de crédito são as tendências para o próximo ano.
Descida das taxas Euribor
As taxas Euribor têm vindo a descer gradualmente nos prazos de 3, 6 e 12 meses, aliviando os encargos das famílias que pagam empréstimos aos bancos. Este alívio deverá acentuar-se em 2025. Para quem pretende maximizar esta poupança, o CEO da Gestlifes, João Pereira, recomenda a opção por uma taxa de juro mista nos novos contratos ou mesmo numa renegociação do crédito.
“Além de permitir poupar mais, esta escolha confere estabilidade aos orçamentos familiares, sobretudo nos primeiros anos do empréstimo, dado que a prestação é fixa durante esse período”, refere o especialista.
Efeitos limitados da garantia pública aos jovens
A garantia pública para jovens no crédito habitação entrou em vigor no final de 2024 e deverá ter impacto mais visível ao longo de 2025. Contudo, João Pereira alerta para as limitações deste apoio: “Os jovens vão ter de enfrentar prestações ainda maiores, porque a taxa de esforço num crédito habitação a 100% do valor é mais elevada do que nos atuais 90% ou 80%”.
Aumento do preço das casas
O apoio público aos jovens poderá também contribuir para um aumento dos preços dos imóveis. De acordo com João Pereira, a falta de medidas para estimular a oferta de imóveis agrava a situação. “Como nada foi feito do lado da oferta, continuam a existir poucos imóveis à venda e, com a maior procura, vai agravar-se a crise com preços mais elevados”.
Relevância do certificado energético
Com a crescente valorização dos imóveis energeticamente eficientes, João Pereira antecipa que o certificado energético ganhará importância. Habitações classificadas com a nota “A” podem obter condições de crédito mais vantajosas, como spreads reduzidos.
Crescente recurso a intermediários de crédito
Entre 70% e 90% do crédito habitação nos principais bancos portugueses já é intermediado, uma tendência que deverá aumentar em 2025. Em resposta a este fenómeno, o Banco de Portugal está a implementar novas regulamentações sobre a forma como os intermediários comunicam as suas ofertas, garantindo uma maior transparência para os consumidores.