Da couve-coração ao salmão, passando pelos cereais: Conheça os 10 produtos que mais aumentaram na última semana
Uma análise da DECO Proteste aos valores praticados revela que o preço do cabaz de bens alimentares essenciais “custa esta semana 209,01 euros, 25,38 euros mais do que custava a 23 de fevereiro” e mais 2,66 euros do que na semana passada.
“Entre 23 de fevereiro e 14 de setembro, a carne já registou um aumento de 18,64% (mais 6,01 euros)”, sublinha a DECO, acrescentando que “um quilo de lombo de porco, de frango, de febras de porco, de costeletas do lombo de porco, de bifes de peru, de carne de novilho para cozer e de perna de peru” pode custar agora, em média, de 38,25 euros.
Quanto ao peixe, a associação de defesa do consumidor indica que “aumentou 15,48% (mais 9,33 euros) no mesmo período”, sendo que “apenas um quilo de salmão, de pescada, de carapau, de peixe-espada-preto, de robalo, de dourada, de perca e de bacalhau, o consumidor pode agora ter de gastar, em média, 69,64 euros”.
A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.
Esta semana, no período compreendido entre 7 e 14 de setembro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram “a couve-coração (mais 13 %), o salmão (mais 11%), os cereais (mais 11%), os brócolos (mais 8%), o arroz carolino (mais 7%), a batata vermelha (mais 6%), a curgete (mais 5%), a alface frisada (mais 5%), o café torrado moído (mais 5%) e as febras de porco (mais 5%)”.
Olhando para o período desde 23 de fevereiro deste ano, a DECO Proteste aponta que todas as categorias de produtos alimentares registaram subidas de preços, sendo que “carne (mais 18,64%) e o peixe (mais 15,48%) são as que mais se destacam, mas a fruta e os legumes (mais 14,10%), a mercearia (mais 10,55%), os laticínios (mais 9,88%) e os congelados (mais 8,16%) também têm sofrido aumentos”.
Adicionalmente, os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar entre 23 de fevereiro e 14 de setembro foram os brócolos (mais 52%), a couve-coração (mais 49%), a pescada fresca (mais 32%), o frango inteiro (mais 31%), o bife de peru (mais 28%), o óleo alimentar 100% vegetal (mais 27%), o café torrado moído (mais 26%), o salmão (mais 25%), as costeletas de porco (mais 24%) e a farinha para bolos (mais 24%).
A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que atualmente “representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional, sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16 por cento)”.
“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a DECO.
O organismo esclarece que “invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.
“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.
Para além disso, aponta “os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação”.
“De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação chegou aos 9,1% em julho deste ano. Já em agosto, segundo as estimativas do INE, deverá ter desacelerado ligeiramente para 8,97 por cento”, conclui.