Cuidado com as imitações. ASAE intensifica controlo do azeite: subida do preço fez aumentar falsificações com óleo e corante

O azeite é um dos elementos essenciais na mesa de Natal para acompanhar o tradicional bacalhau, mas o disparar do preço em 2023 fez multiplicar a oferta de falsificações: de acordo com o ‘Jornal de Notícias’, a ASAE está a apertar a malha do controlo sobre redes que produzem e comercializam azeite falsificado na internet, nas feiras, mas também nas mercearias. Para enganar os consumidores, os criminosos misturam óleo com corante verde (clorofila) e vendem o produto em garrafões como se fosse “extra virgem” – também há casos em que é usado o bagaço de azeitona para potenciar os lucros.

Segundo o jornal diário, as redes criminosas usam cubas de 25 mil litros para misturar 95% de óleo de girassol com 5% de clorofila, o que confere um aspeto muito semelhante com o azeite, sendo que um garrafão de 5 litros custa cerca de 7 euros a produzir e é vendido como se fosse azeite a entre 15 e 30 euros. As embalagens podem ser vendidas sem rótulos, o que dificulta d distinção entre o produto genuíno e uma mistura. Mas há quem coloque etiquetas para induzir em erro os consumidores.

“Depois da produção, há um exército de vendedores e revendedores que se desdobram na Internet para contactar consumidores. São colocados à venda nas redes sociais ou em sites de venda de produtos de segunda mão, como se fosse azeite extra virgem. Também se verificam vendas nas feiras ou através de grupos de amigos”, referiu fonte da ASAE, que abriu várias investigações sobre estas redes criminosas, especialmente em Trás-os-Montes e Alentejo.

“Uma das prioridades operacionais da ASAE é o setor do azeite, dada a relevância deste produto para a economia portuguesa, bem como pelo consumo do produto no nosso país”, indicou a mesma fonte. Assim, foi reforçado o “acompanhamento e vigilância do produto desde a origem da azeitona que entra nos lagares e ajuntadores até à sua disponibilização ao consumidor final, sendo relevante defender a sua autenticidade, bem como a segurança alimentar”.

Este ano, os inspetores da ASAE já abriram 20 processos-crime, contra 18 retalhistas, três indústrias, dois embaladores e um armazenista. “A atuação da ASAE é desenvolvida tanto de forma proativa através de ações de fiscalização planeadas para verificação do cumprimento da legislação”, bem como pela “análise da rotulagem”, mas também de “forma reativa através de ações desencadeadas na sequência de denúncias rececionadas pela ASAE, procedendo à fiscalização de operadores económicos desde a indústria à restauração”.






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