“Crise nuclear sem precedentes”: Greenpeace avisa sobre falta de controlo do regulador internacional na central de Zaporizhia
A Greenpeace alertou, esta quinta-feira, os Governos ocidentais de que os reguladores internacionais são incapazes de monitorizar adequadamente a segurança nas centrais nucleares: de acordo com o grupo ambiental, os quatro inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica) mostram-se insuficientes para um controlo eficaz, denunciando também que são impostas demasiadas restrições ao seu acesso em Zaporizhia.
O grupo ambiental afirmou ainda que o regulador “é incapaz de cumprir os requisitos do seu mandato” mas não está preparado para admiti-lo em público – o que significa que as violações russas dos princípios de segurança não estão a ser destacadas publicamente.
Os especialistas nucleares da Greenpeace – Shaun Burnie e Jan Vande Putte – concluíram que a AIEA “corre o risco de normalizar o que continua a ser uma crise nuclear perigosa, sem precedentes na história da energia nuclear, ao mesmo tempo que exagera a sua influência real dos acontecimentos no terreno”.
Recorde-se que no início da semana o CEO da empresa nuclear estatal da Rússia, a Rosatom, reuniu-se com o chefe da AIEA, Rafael Grossi, em Viena, para discutir a segurança na central nuclear de Zaporizhia: os detalhes da reunião de Alexei Likhachev não foram tornados públicos mas não abrandaram as repetidas acusações da Rússia e da Ucrânia de planearem utilizar a maior central nuclear da Europa, atualmente sob controlo do Kremlin, como arma.”