Crise na habitação? Procura aumenta e zonas premium são as que mais crescem em Portugal

A Engel & Völkers divulgou os resultados do Market Report Portugal, que analisa as transações imobiliárias intermediadas pela multinacional alemã durante o período de 2023-2024 em diversos mercados portugueses.

Durante o período analisado, Lisboa, Porto e Braga emergiram como os mercados mais dinâmicos, registando um número significativo de transações imobiliárias, apesar do contexto económico desafiador.

Em 2023, Portugal manteve a tendência de crescimento na procura por habitação, embora tenha sido observada uma redução de 17% no número de transações em relação ao ano anterior, devido às condições socioeconómicas adversas. A Engel & Völkers, no entanto, registou um volume de transações que superou a marca de mil milhões de euros.

Já em 2024, houve uma reversão nessa tendência, com a Engel & Völkers a superar em mais de 50% os valores de transação comparados ao mesmo período do ano anterior, indicando uma recuperação robusta do mercado imobiliário.

“A segunda metade do ano 2024 promete ser desafiante. Especula-se que o mercado imobiliário português continue com a tendência de uma procura bastante acima da oferta. Além disso, existe ainda uma certa indefinição relativamente às medidas governamentais possivelmente adotadas e sobre o que elas podem gerar. Ainda assim, Portugal continua a ser um mercado bastante atrativo para os investidores estrangeiros e para os nómadas digitais”, afirma Daniela Rebouta, Diretora de Vendas da Engel & Völkers em Lisboa e Oeiras.

Segundo o Market Report 2023-2024, o preço médio das habitações aumentou em todas as regiões analisadas, com exceção de algumas freguesias em Lisboa e Oeiras que apresentaram uma leve diminuição. Cascais e Estoril lideraram o crescimento, com um aumento médio de 107% nos preços das habitações, enquanto Vilamoura teve o menor aumento, cerca de 11%.

Em relação ao investimento estrangeiro, as regiões do Algarve, como Tavira, Lagos e Albufeira, continuam a atrair os maiores percentuais, variando entre 50% e 92%. Em contrapartida, Comporta e Porto mostraram menor penetração de investidores estrangeiros, com percentuais de 40% e 45%, respetivamente.

Quanto às preferências por tipologia de imóveis, a procura concentra-se principalmente em moradias espaçosas com dois a três quartos e apartamentos com características similares.

No mercado de arrendamento, observou-se um aumento generalizado nos preços por metro quadrado em todas as regiões analisadas, com Lisboa e Cascais a liderar com valores de 15€/m² e 14€/m², respetivamente. Faro e Comporta, por outro lado, apresentaram os preços mais baixos, com 7,3€/m² e 7,4€/m², respetivamente.

Ler Mais