Crise na habitação? Não aqui. Nesta cidade o preço das casas está 56% mais baixo do que há 15 anos
A evolução do mercado imobiliário reflete frequentemente a saúde económica e as expectativas futuras de uma região. Talavera de la Reina, uma cidade da província de Toledo, Espanha, é um exemplo marcante dessa relação. Após um boom imobiliário impulsionado por promessas e expectativas há quase 20 anos, a cidade enfrenta uma crise, e o preço das habitações é 56% menor do que em 2007, quando atingiu o seu pico.
Localizada a pouco mais de uma hora de Madrid, Talavera de la Reina sonhava tornar-se um grande centro económico, rivalizando com Toledo. Entre os anos 1970 e o início dos anos 2000, a cidade duplicou a sua população, impulsionada por uma economia vibrante que incluía uma indústria da construção forte, um setor têxtil sólido e uma indústria cerâmica de renome. Durante o auge, o preço do metro quadrado atingiu 1.851 euros, mas hoje está em 803 euros, segundo o Ministério dos Transportes e Mobilidade, revela o ‘elEconomista’.
O “efeito Madrid” beneficiou cidades como Guadalajara e Toledo, mas Talavera de la Reina ainda enfrenta dificuldades. Apesar de uma ligeira recuperação dos preços da habitação em 2023 e de um pequeno aumento populacional, a cidade continua longe de alcançar o potencial que parecia iminente há duas décadas.
A crise econômica de Talavera de la Reina é uma das mais marcantes de Espanha, tanto pela intensidade quanto pela rapidez da queda.
A taxa de desemprego em Talavera de la Reina é superior a 23%, enquanto em Toledo é de 10%. A diferença de rendimentos é também significativa, com Toledo a registar um rendimento médio de 28.000 euros, em comparação com os 23.000 euros de Talavera.
Apesar de um cenário ainda difícil, há sinais de recuperação. Desde 2021, a população de Talavera de la Reina aumentou ligeiramente. Uma nova promessa surge no horizonte: a construção de um data center pela Meta (dona do Facebook). Embora os empregos diretos gerados sejam poucos, a chegada deste gigante tecnológico pode marcar um ponto de viragem para a economia local.