Crise energética: Ambientalistas querem ponderação para evitar “asneiras” no novo banco de hidrogénio da UE

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta manhã que será criado um “novo banco europeu” para promover o investimento em projetos ligados ao hidrogénio na União Europeia, considerando que tal “ajudará a garantir o fornecimento de hidrogénio utilizando dinheiro do Fundo de Inovação”, através do qual “será possível investir três mil milhões de euros para ajudar a construir um futuro mercado de hidrogénio”.

Contudo, as justificações de Ursula von der Leyen não foram recebidas com muito entusiasmo por parte dos ambientalistas, apesar de a medida ter sido apresentada como um pilar fundamental para a transição energética do continente e para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Em declarações à ‘TSF’, Francisco Ferreira, presidente da associação Zero, defende que “devemos ir com calma”. Reconhecendo que “não há dúvida que o hidrogénio vai fazer parte da descarbonização”, o responsável salienta que “as expectativas devem ser técnica e economicamente muito bem baseadas, o que nem sempre nos está a parecer que esteja a acontecer em Portugal”.

“Mais vale fazermos essa ponderação, mesmo com a emergência climática energética que temos, do que estarmos a gastar milhões e milhões dos contribuintes europeus, nomeadamente portugueses, para fazermos asneiras de que nos arrependemos mais tarde, porque não seguimos o melhor caminho”, defende o ambientalista.

Assim, Francisco Ferreira argumenta que não devemos “tomar decisões criando investimentos que podem ser ociosos sem estarem devidamente avaliados” e que a medida proposta deve ser alvo de mais estudo para que não venha a causar mais prejuízo do que proveito.






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