Dívida dos países já vale quase tanto como a economia mundial. Especialistas urgem Governos a adotar novas políticas fiscais

Os governos em todo o mundo enfrentam uma crise sem precedentes com uma dívida acumulada de 84 biliões de euros, quase equivalente ao tamanho da economia global. Este fenómeno, ampliado pelo custo económico da pandemia, coloca em risco o bem-estar das populações, especialmente em economias desenvolvidas.

Apesar dos alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de especialistas financeiros sobre a urgência de solucionar os défices fiscais crónicos, a maioria dos políticos parece ignorar o problema num ano marcado por eleições em várias partes do mundo.

O aumento dos custos de serviço da dívida reduz o financiamento disponível para serviços públicos essenciais e para responder a crises económicas, como pandemias. Além disso, os rendimentos mais altos exigidos pelos investidores para comprar dívida governamental estão a elevar os custos de empréstimos para as famílias e empresas, o que prejudica o crescimento económico.

Economistas advertem que continuar a adiar ações para controlar a dívida pode deixar os governos vulneráveis a disciplinas severas impostas pelos mercados financeiros. Exemplos recentes, como a crise desencadeada no Reino Unido após tentativas malsucedidas de grandes cortes de impostos, ilustram os riscos dessa abordagem.

À medida que as eleições se aproximam em várias nações, incluindo os EUA e a França, o futuro das finanças públicas torna-se incerto. A falta de um compromisso claro com a disciplina fiscal poderá manter os investidores em alerta, preocupados com a capacidade dos governos de honrar os seus compromissos financeiros.

Com a dívida pública projetada para atingir níveis preocupantes nos próximos anos, a pressão sobre os governos para implementar políticas fiscais responsáveis ​​é mais urgente do que nunca.