Covid-19: “Se vacinarmos 20% ou 30% da população de cada país, podemos voltar ao normal”, diz médico
O médico britânico e director da Wellcome Trust, Jeremy Farrar, disse numa entrevista ao El País que considerava possível “emergir” da pandemia no Verão do próximo ano, mais concretamente, em Julho de 2021. Para o investigador, a maneira mais rápida para voltar à ‘normalidade’ é “vacinar as pessoas em maior risco em cada país”.
“Provavelmente 20% ou 30% da população de cada país precisará da vacina nos primeiros seis meses após a sua aplicação. E então o mundo pode voltar ao normal. A maneira de salvar vidas, abrir a economia e retomar as escolas é vacinar algumas pessoas em todos os países. Esta é a forma mais rápida de sair desta pandemia”, afirmou.
Questionado sobre uma possível data para o regresso à ‘normalidade’, Jeremy Farrar respondeu que tudo “depende do desenvolvimento de medicamentos e vacinas”. Ainda assim, acha que teremos resultados ainda “em Novembro e Dezembro deste ano”. “E teremos boas vacinas em 2021, que podem estar disponíveis para todas as pessoas que precisam delas no mundo. E esse será o início de uma nova era”, sublinhou.
O médico e investigador referiu ainda que, como “o mundo nunca enfrentou uma pandemia como esta nos tempos modernos”, no primeiro ano após termos uma vacina, “não seremos capazes de vacinar 7 mil milhões de pessoas”. “É impossível”, salientou. Por isso, sugere antes vacinar as pessoas em maior risco em cada país, em detrimento de vacinar toda a gente apenas em alguns países.
“A maneira mais rápida é vacinar pessoas idosas, profissionais de saúde e profissionais essenciais, e certificar-se de que os países vizinhos vacinam da mesma maneira”, explicou.
Jeremy Farrar considera que são precisos “apenas 35 mil milhões de dólares” para ter “os medicamentos e as vacinas necessários” para combater a covid-19. “Este seria o melhor investimento da história da humanidade, pois salvaria vidas e permitiria regressar às escolas e aos empregos”.
“Teremos uma vida boa novamente, voltaremos à normalidade, mas talvez a normalidade pareça um pouco diferente do que era antes da covid-19”, disse ainda o médico.