Covid-19: Mulheres caucasianas entre os 40 e 50 anos com mais probabilidades de ter sintomas persistentes

As mulheres entre os 40 e os 50 anos que receberam alta hospitalar depois de contraírem covid-19 estão mais em risco de sofrer, a longo prazo, sintomas persistentes da doença, como fadiga e falta de ar, de acordo com dois estudos britânicos publicados esta quarta-feira.

A primeira investigação descobriu que, cinco meses após a alta hospitalar, pacientes com covid-19 na faixa dos 40-50 anos, caucasianos e do sexo feminino, e que tinham outros problemas de saúde como diabetes, doenças pulmonares ou cardíacas, eram mais propensos a relatar sintomas prolongados da covid-19.

“O nosso estudo conclui que aqueles que têm os sintomas prolongados mais graves tendem a ser mulheres brancas com aproximadamente 40 a 60 anos, que têm, pelo menos, dois problemas de saúde associados [comorbilidades]”, disse Chris Brightling, professor de medicina respiratória na Universidade de Leicester que co-liderou o estudo, citado pela Reuters.

Um segundo estudo liderado pelo International Severe Acute Respiratory and Emerging Infections Consortium concluiu que as mulheres na faixa dos 50 anos tinham maiores probabilidades de ter piores resultados de saúde a longo prazo do que os homens e participantes mais velhos do estudo, mesmo que não tivessem problemas de saúde subjacentes.

“Está a tornar-se cada vez mais claro que a covid-19 tem consequências profundas para aqueles que sobrevivem à doença”, disse Tom Drake, um bolseiro de investigação clínica da Universidade de Edimburgo que co-liderou o estudo, citado pela Reuters.

A maioria dos pacientes, nos estudos, relatou múltiplos sintomas persistentes da doença cinco meses após a infeção inicial, sendo os sintomas mais comuns dor muscular e articular, fadiga, fraqueza, falta de ar e ‘nevoeiro’ cerebral (dificuldade em pensar com clareza).

Segundo Louise Wain, professora na Universidade de Leicester, que co-liderou a primeira investigação, as diferenças nas respostas imunitárias masculinas e femininas “podem explicar por que é que os sintomas pós-covid parecem ser mais prevalecentes” nas mulheres.

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