Covid-19. Moody’s alerta para a “desaceleração significativa” da economia mundial

A expansão global do coronavírus “desacelerará significativamente o crescimento económico, o que, por sua vez, amplificará seu impacto financeiro em vários setores  importantes”, avança a Moody’s Investors Service, num relatório global divulgado esta terça-feira.

Quanto aos setores mais afetados e expostos, Benjamin Nelson, vice-presidente da Moody’s – diretor de crédito e co- autor do relatório, aponta os que estão dependentes do comércio e da livre circulação, como as companhias aéreas de passageiros, transporte e turismo e lazer, que incluem linhas de cruzeiros e restaurantes.

Os fabricantes automóveis globais também estão sob grande pressão por causa de sua dependência das cadeias de fornecedores internacionais, enquanto o retalho de jogos e não alimentares em certas regiões também está exposto a interrupções na cadeia de fornecimento e ao inevitável declínio no tráfego de pessoas.

“A capacidade das empresas de resistir aos efeitos do vírus dependerá da duração da pandemia, e advertimos que, à medida que os eventos se vão desenvolvendo rapidamente,  diariamente até, também a nossa avaliação da exposição irá mudando”, frisou Richard Morawetz vice-presidente da Moody’s – diretor de crédito e co-autor do relatório.

A avaliação da Moody’s é baseada num cenário de base, que pressupõe uma normalização da atividade económica no segundo semestre do ano, e a capacidade de algumas empresas de suportar os efeitos do vírus dependendo da duração.

O cenário negativo da Moody’s prende-se com um eventual disparar dos casos e o medo do público de que o vírus não seja contido no primeiro semestre de 2020, levando a restrições e quarentenas extensas e prolongadas de viagens, além de uma queda prolongada nos preços das ‘commodities.

Covid-19. Estes são os 9 setores de atividade mais afetados

Os setores do vestuário, fabricantes automóveis, fornecedores de automóveis, bens de consumo duradouros, jogos, alojamento, turismo e lazer, companhias aéreas, retalho (produtos não alimentares) e encomendas, são os que mais estão à mercê da evolução mundial da pandemia do Covid-19, e como tal, dão sinais de fragilidade quanto à sua sobrevivência num futuro próximo.

Segundo a Moody’s, os cenários que estimam para os setores de atividade pressupõe uma normalização da atividade económica na segunda metade do ano. Mas a capacidade de algumas empresas suportarem os efeitos do vírus dependerá da duração da pandemia.

Quanto ao alojamento, turismo e lazer (incluindo linhas de cruzeiro e restaurantes), tidos como altamente expostos em todo o mundo, sofrem as consequências da dependência do comércio e da livre circulação de pessoas, já muito condicionada em todo o mundo.

Os fabricantes automóveis também são altamente expostos devido à dependência de cadeias de fornecedores internacionais, muitas das quais estão a parar, bem como alguma exposição direta à China.

Quanto ao retalho de jogos e de produtos não-alimentares em certas regiões também está altamente exposto. O Retalho Não Alimentar está sujeito a interrupções na cadeia de fornecedores e um declínio no tráfego de pessoas é, cada vez mais, inevitável, já que os consumidores abstém-se de fazer compras. No caso do retalho norte-americano não-alimentar estará ligeiramente melhor posicionado devido ao seu mix de negócios – incluindo farmácias e lojas de conveniência e postos de gasolina.

 

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