Covid-19: Hospital pediátrico de Lisboa não cumpre várias normas da DGS

O Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, um dos mais importantes na área da pediatria em Portugal, apresenta dezenas de falhas e incumprimentos naquilo que são as normas impostas pela Direção Geral da Saúde (DGS) no combate à Covid-19, avança a ‘TSF’.

A conclusão é de uma deliberação da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), a que a estação de rádio teve acesso, datada do final de novembro, mas só agora publicada. No documento, registam-se vários incumprimentos de regras de controlo, prevenção e vigilância da doença viral.

Segundo a estação de rádio, uma das falhas diz respeito ao plano de contingência, mas também às áreas de isolamento Covid, à circulação de pacientes infetados e ainda à falta de separação destes utentes dos restantes logo na triagem, nas urgências hospitalares.

Para além disso, o hospital apresenta ainda incumprimento das normas de ventilação nas áreas de doentes Covid, com a ausência «de zonas de transição Covid-não Covid, com relações de pressão que evitem a contaminação da envolvente e de profissionais que circulem em espaços não Covid», pode ler-se no relatório da ERS, citado pela ‘TSF’.

Por último, foram apontadas falhas na morgue, no que respeita à «ausência de registo das pessoas envolvidas no processo de tratamento» de um corpo com Covid-19, mas também no revestimento «a azulejo que se apresenta danificado» e numa parede que «apresenta fendas profundas, em risco do colapso».

O organismo exige assim que o hospital «demonstre o cumprimento das condições de extração de ar dos espaços com doentes infetados», nomeadamente ao nível da existência de determinados filtros e da “mitigação da possibilidade de o ar rejeitado ser encaminhado para os outros vãos do edifício, pertencentes a serviços ou zonas não Covid», adianta a estação.

Na resposta já enviada os responsáveis da unidade indicam que o hospital «tem mais de 150 anos de construção e não está estruturalmente preparado para enfrentar (como aliás o parque hospitalar do país e da maioria dos países no mundo) uma pandemia, com este grau de exigência».

Adicionalmente, consideram que «as soluções para os problemas aqui encontrados serão mais morosas e dispendiosas e até difíceis de implementar em plena crise (no auge da batalha não podemos destruir as trincheiras para construir novas, correndo o altíssimo risco de ficarmos desamparados)».

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