Covid-19: Hackers ‘atacam’ seis empresas que desenvolvem vacinas, incluindo a AstraZeneca
Hackers norte-coreanos terão atacado, pelo menos, seis empresas farmacêuticas nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Coreia do Sul que desenvolvem tratamentos para a covid-19, de acordo com o The Wall Street Journal, que cita fontes familiarizadas com o assunto. O regime norte-coreano procura informações sensíveis que possa vender.
Duas das empresas-alvo situam-se nos Estados Unidos: a Johnson & Johnson e a Novavax, ambas a trabalhar em vacinas experimentais contra o novo coronavírus. A lista inclui também três empresas sul-coreanas de medicamentos para a covid-19: Genexine, Shin Poong Pharmaceutical e Celltrion.
A Coreia do Norte também terá tentado infiltrar-se na AstraZeneca, com sede no Reino Unido, cuja vacina co-desenvolvida com a Universidade de Oxford demonstrou ser até 90% eficaz e está à espera da aprovação de emergência. Na sexta-feira, a agência Reuters informou que suspeitos de hackers norte-coreanos tentaram invadir os sistemas da AstraZeneca, citando fontes não identificadas.
No entanto, não se sabe se os hackers conseguiram roubar informações úteis, mas a Coreia do Norte terá coordenado ataques contra as seis empresas desde agosto, segundo as fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal.
Os ataques continham impressões digitais utilizadas em outras campanhas norte-coreanas contra o Departamento de Estado e o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, tais como a utilização dos mesmos endereços IP.
A Coreia do Norte, Rússia, China e Irão têm apoiado hackers que procuram infiltrar-se em empresas farmacêuticas que desenvolvem tratamentos contra a covid-19. No entanto, a Coreia do Norte não comentou quaisquer hacks envolvendo fabricantes da vacina contra a covid-19.
O país tem afirmado repetidamente que tem zero casos de coronavírus, tendo selado as suas fronteiras e defendido o seu trabalho “antiepidémico” durante meses. Na sua agência noticiosa central coreana estatal, Pyongyang mencionou, em maio, uma vacina em desenvolvimento pelo Ministério da Saúde, mas, desde então, não foram fornecidas mais atualizações.