Covid-19: feitos mais de 110 mil testes a trabalhadores de lares e creches
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, afirmou esta quinta-feira, durante o debate plenário, no Parlamento, que foram realizados 110 mil testes a trabalhadores de lares e creches.
«Em grande articulação com a saúde e com o sector social, conseguimos implementar, juntos, um programa integrado de prevenção nos lares», começou por apontar, congratulando-se por terem sido testados todos os trabalhadores dos 2500 lares existentes em Portugal.
Isto, no entanto, só foi possível « «graças a um movimento único de mobilização das universidades e dos politécnicos que se colocaram ao serviço das necessidades da comunidade para proteger quem precisava», destacou. «Criámos espaços de rectaguarda e fizemos, em conjunto, mais de 110 mil testes aos trabalhadores de lares e creches, bem como uma medida de apoio ao reforço dos recursos humanos nas respostas sociais», que já colocou, até aqui, 4300 pessoas a trabalhar nas instituições.
Ana Mendes Godinho fez ainda questão de sublinhar «os resultados evidentes» na taxa de incidência da doença nos lares, «muito inferior aos restantes países europeus».
Quanto às creches, «duplicámos a capacidade de resposta no programa alimentar de 60 mil para 120 mil pessoas», disse. Por outro lado, a governante lembrou que os professores foram desafiados a comunicar eventuais situações de negligência, violência doméstica, maus tratos psicológicos e físicos que notem através das aulas online. «Estamos a preparar formação para os professores», anunciou.
No sentido de garantir uma resposta individualizada, o Governo decidiu, esta semana, alargar a linha 144 para quem tenha dúvidas sobre os meios à sua disposição, apontou ainda.
Apoiando também os que já antes da pandemia estavam em situação vulnerável, como os sem-abrigo, Ana Mendes Godinho anunciou a abertura de 21 espaços de acolhimento em todo o país, com capacidade para mais de 400 pessoas. E «estamos a implementar respostas de carácter habitacional, com capacidade para cerca de 580 pessoas», acrescentou.
Portugal contabiliza, neste momento, 1.369 óbitos associados à Covid-19 e 31.596 casos confirmados de infecção, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
O país entrou no dia 3 de Maio em situação de calamidade devido à pandemia de Covid-19, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março. Esta nova fase prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
Um balanço da agência de notícias “France-Presse”, a partir de dados oficiais, revela que a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 352 mil óbitos e infectou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
*Notícia actualizada às 16:22