Covid-19: Espanhóis acusam hackers chineses de roubar informação sobre vacina

Hackers chineses roubaram informações de centros espanhóis que trabalham na investigação de uma vacina contra a covid-19, avança o El País. Os ataques aos sistemas informáticos têm-se repetido em vários países que “competem” para desenvolver um tratamento seguro e eficaz para combater a pandemia, revelou a directora do Centro Nacional de Inteligência espanhol (CNI), Paz Esteban, que acrescentou que os respectivos serviços secretos trocam informações para impedir os ataques.

Durante um seminário organizado pela Associação de Jornalistas Europeus (APE), o director do serviço espanhol alertou para o crescimento “qualitativo e quantitativo” dos ciberataques durante o confinamento, dada a extensão da “área de exposição” a esta ameaça que significou a expansão do teletrabalho.

Destacou também os ciberataques a “sectores sensíveis, como a saúde e os produtos farmacêuticos”, bem como “uma campanha, especialmente virulenta, não só em Espanha, contra os laboratórios que trabalham para desenvolver uma vacina contra a covid-19”.

A maioria destes ciberataques, de acordo com as fontes consultadas pelo El País, vem da China e da Rússia. Em muitos casos, são entidades estatais, mas existem também universidades e organizações criminosas que comercializam a informação roubada.

Em Espanha, sabe-se que o ataque cibernético veio da China, no entanto, não foi revelada a importância ou a natureza das informações roubadas.

Investigadores do Conselho Superior de Investigações Científicas espanhol (CSIC) que estão a desenvolver vacinas experimentais contra a covid-19 foram convocados para uma reunião, antes do Verão, no sentido de serem alertados para tomarem precauções contra possíveis roubos de dados.

Em declarações ao jornal espanhol, um porta-voz do CSIC disse que não houve roubos nos seus centros – o Centro Nacional de Biotecnologia e o Centro de Investigação Biológica Margarita Salas, ambos em Madrid. 

Em Espanha, existem cerca de dez projectos para desenvolver vacinas contra o novo coronavírus. Os mais avançados são liderados pelo virologista Mariano Esteban, no Centro Nacional de Biotecnologia do CSIC, e pelo médico Felipe García, na Clínica Hospitalar. Nenhum deles começou ainda os ensaios em humanos.

Existem actualmente 182 vacinas experimentais contra a covid-19, e 36 delas estão já a ser testadas em milhares de voluntários, de acordo com registos da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

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