Covid-19: «Com a subida do Rt estamos um bocadinho à beira do precipício», alerta especialista

O índice de transmissibilidade (Rt) tem vindo a subir gradualmente em Portugal, tal como avançaram os peritos na última reunião do Infarmed, esta terça-feira. Para Henrique Oliveira, matemático e professor no Instituto Superior Técnico, “isso é muito preocupante”.

O risco de transmissão “anda próximo de 1” no território continental. O Rt mais baixo (0,61) foi atingido em meados de fevereiro, o que significa que temos assistido a um aumento deste indicador.

Em entrevista no jornal da noite da SIC Notícias, Henrique Oliveira diz que “com a subida do Rt, estamos um bocadinho à beira do precipício”. O especialista prevê uma situação “muito complicada” se as recomendações das autoridades de saúde não forem seguidas, principalmente na Páscoa.

“Se na Páscoa vierem os emigrantes, se o controlo de fronteiras for pouco apertado e celebrarmos a Páscoa com muita gente à mesa, vamos ter problemas”, alerta, acrescentando que as novas variantes contribuem para o aumento de casos de covid-19.

Para já, “estamos bem, o desconfinamento não teve efeitos severos nos números da incidência. No entanto, temos de ter muito cuidado daqui para a frente (…) Estamos no último limite da segurança. Se nos descuidarmos um bocadinho de nada, podemos ter a quarta vaga”, sublinha o perito.

Esta quarta-feira era um dia “muito importante” para analisar a evolução da pandemia, já que neste dia são conhecidos mais casos porque há laboratórios que fecham ao fim-de-semana.

“Esta quarta-feira ficaríamos a saber se o desconfinamento de 15 de março fez efeito ou não e, de facto, parece que o desconfinamento não agravou os números da incidência”, frisou.

Henrique Oliveira pediu, assim, “cuidado extremo”, lembrando que o país tem de “estar preparado para voltar atrás”, isto é, voltar a apertar as restrições e recuar no plano de desconfinamento, se for preciso.

Desde o início da pandemia, Portugal registou 818.787 infeções e 16.805 mortes associadas ao novo coronavírus, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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