Costa vai dar incentivos às empresas em troca de aumentos de salários
A par da evolução dos salários, o primeiro-ministro disse esta quarta-feira, no debate quinzenal, que haverá medidas para «melhorar a produtividade das empresas» e que serão negociadas com patrões e sindicatos, a partir de dia 27 deste mês. Paralelamente, as Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares negoceiam com os partidos o que vai ser o OE2020, noticia o “Público”.
O tema dos salários marcou todo o dia – desde a reunião de Concertação, onde foi comunicado a proposta do novo valor do salário mínimo (635 euros, ou seja, mais 35 euros face ao actual valor), ao Parlamento, com o anúncio de que será aprovado esta quinta-feira, por decreto, em Conselho de Ministros. A ideia, assegurou António Costa, é que estas medidas para melhorar a competitividade entrem no acordo para o aumento de rendimentos e que apareçam já inscritas no Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), que será entregue por Mário Centeno até 15 de Dezembro.
Aqui surge um leque variado de áreas que vão estar em cima da mesa nas conversações entre o ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Siza Vieira, a ministra do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e os parceiros sociais. Quais?: a «formação profissional ou os incentivos ao investimento», por exemplo, e, entre outros, a «redução dos custos de contexto e de outros factores de produção, como a energia», revelou Costa.
No acordo vão também entrar outras medidas relacionadas com ajudas à «transição justa» das empresas para os desafios do digital e das alterações climáticas. Uma das ideias é a «melhoria das infra-estruturas ou o apoio à internacionalização».
Outra das medidas visa a actualização do preço dos contratos que o Estado tem com empresas de serviços, nomeadamente de limpeza e das cantinas. Os patrões querem ainda mexer no Fundo de Compensação do Trabalho, que se divide em dois e que tinha em carteira, até ao final de Setembro, cerca de 370 milhões de euros.