Coronavírus dita maré vermelha nas bolsas mundiais

Wall Street seguiu as bolsas europeias em queda acentuada, devido aos receios de que o aumento das infeções por coronavírus prejudicará a atividade empresarial, acusando também o enfraquecer das esperanças de alívio fiscal pré-eleitoral nos EUA, segundo dados do ‘Finantial Time’.

O índice S&P 500 dos EUA caiu até 2,9% nas negociações da tarde, desta segunda-feira, antes de reduzir as perdas para 2,1%, já que os dados mais recentes de infeção minaram as esperanças de contenção do vírus.

A liquidação foi ampla, com setores economicamente sensíveis, como energia, finanças e grupos industriais sob pressão.

Este também foi um dia sombrio na Europa. O índice Dax de Frankfurt caiu 3,7%, destacando-se a queda da alemã SAP que desceu até 22% – a sua pior performance diária desde meados da década de 1990.

“Não se ganha nada em fingir que a pandemia e a dor económica que causou vão chegar ao fim rapidamente”, disse David Kelly, analista-chefe global do JPMorgan Asset Management. “Em vez disso, os investidores, os decisores políticos e o público em geral ficaram mais bem servidos com o facto de terem de aceitar a realidade, sabendo que vai demorar e quanto tempo vai demorar para nos recuperarmos da recessão pandémica”, reforçou.

Com os números dos novos casos de Covid-19 a disparar na Europa mas também nos EUA, e com a eleição presidencial a pouco mais de uma semana, “parece necessário um recuo”, disse o especialista, acrescentando que a gravidade da liquidação do mercado de ações “nem sempre é racional no dia a dia”.

O índice Vix de Wall Street subiu 4,8 pontos, para 32,3, o nível mais alto desde o início de setembro. O aumento no chamado “medidor do medo” sinaliza que os ‘traders’ estão a preparar-se para mais choques de volatilidade no próximo mês.

Os stocks de energia estiveram entre as piores quedas nos EUA e na Europa, refletindo uma queda nos preços do petróleo bruto. O petróleo bruto Brent, a referência internacional, desvalorizou mais de 3%, para menos de 41 dólares o barril, devido ao receio de que o aumento das infeções atinja a procura global.

Os investidores mudaram para os títulos do Tesouro, considerados ativos paraísos em tempos de tumulto do mercado. O rendimento de 10 anos caiu 0,04 pontos percentuais para 0,8%, refletindo um aumento no preço.

Já o dólar avançou 0,3%, em comparação com o desempenho de seis moedas concorrentes.

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