‘Coronabonds’ ganham terreno. 300 economistas pedem emissão em carta ao Conselho Europeu

“Isto é uma crise europeia, exige uma solução europeia”. O argumento é usado para apoiar a emissão de obrigações de dívida europeia durante a crise do Covid-19 e pode ler-se numa carta aberta dirigida ao Conselho Europeu e assinada por 300 economistas, entre os quais o português Francisco Louçã.

Especialistas de renome como Thomas Piketty e Mark Blyth, propõem a emissão de dívida conjunta para financiar o esforço de resposta ao Covid-19. Se tal não acontecer, argumenta Louçã, “o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a impor-se”, citado pelo Expresso.

Na ótica deste grupo de economistas, a crise da Covid-19 poderá mesmo “destruir a zona Euro”, e por isso recordam as afirmações do Banco Central Europeu de que “faria o que for necessário” e que “nenhum Estado membro deveria ter de recorrer a um bail-out ou assinar um novo memorando para acesso a fundos de emergência”.

Os signatários pedem assim um “instrumento comum de dívida” para mutualizar os custos, uma vez que o impacto do surto atingirá, expectavelmente, toda a Europa.

E esta proposta voltou a concentrar atenções quando, no decorrer desta semana, Angela Merkel admitiu, numa reunião extraordinária do Conselho Europeu, a hipótese de estudar soluções para partilhar custos da crise a nível europeu.

Conforme noticiou a “Bloomberg”, esta hipótese foi primeiramente levantada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte., e em resposta, Merkel terá assegurado que tinha pedido ao seu ministro das Finanças para analisar a situação, sendo que a Alemanha nunca tinha admitido a possibilidade de se recorrer a este instrumento.

Ler Mais