Coreia do Norte até já está a enviar generais para a linha da frente da guerra na Ucrânia, denuncia Kiev

A Ucrânia acusou esta sexta-feira a Coreia do Norte de planear enviar altos oficiais para apoiar as forças russas no conflito em território ucraniano. De acordo com uma publicação do Serviço de Inteligência de Defesa ucraniano no Telegram, divulgada esta quinta-feira, Pyongyang irá enviar três generais e um contingente de cerca de 500 oficiais, num total de 12 mil soldados que se preveem ser destacados para apoiar a Rússia.

Esta alegação surge no seguimento da avaliação feita pelos Estados Unidos na quarta-feira, que estimaram a presença de pelo menos 3 mil soldados norte-coreanos em território russo. Numa conferência de imprensa em Roma, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que uma colaboração militar direta entre Moscovo e Pyongyang constituiria uma “questão extremamente grave”, caso se confirmasse.

Apesar das informações de Kiev e dos EUA, a Coreia do Norte negou as alegações de que teria enviado forças para a Rússia, depois de a sua presença militar ter sido inicialmente relatada por fontes sul-coreanas. O Kremlin, por sua vez, tem rejeitado as especulações, insistindo que qualquer relação com Pyongyang permanece dentro dos limites legais internacionais.

Segundo os serviços de inteligência ucranianos, os soldados norte-coreanos estão a passar por várias semanas de treino intensivo em cinco bases militares situadas no extremo oriente russo. As sessões de treino são supervisionadas pelo vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov, que tem a responsabilidade de supervisionar o processo de integração e aclimatação dos novos recrutas norte-coreanos. Relatos indicam que os soldados estão a receber vestuário de inverno, munições e equipamento básico.

Fontes ucranianas indicaram que as primeiras unidades norte-coreanas já foram colocadas nas linhas de frente na região de Kursk, uma área onde as tropas ucranianas têm realizado uma contraofensiva desde o início de agosto. Aproximadamente 2 mil soldados norte-coreanos estão a ser mobilizados para o oeste da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia. Relatos também sugerem que alguns soldados norte-coreanos entraram em combate recentemente, com uma fonte chinesa alegando que oito soldados da Coreia do Norte foram mortos em ação.

A presença destes soldados já tem gerado tensões dentro das tropas russas. Recentemente, os serviços de inteligência ucranianos informaram que pelo menos 18 soldados norte-coreanos desertaram e estão a ser procurados pelas autoridades russas.

Entretanto, o Parlamento russo ratificou esta semana o acordo de cooperação militar assinado entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente russo, Vladimir Putin, numa visita de Estado realizada em junho. Este tratado, o primeiro desde a Guerra Fria entre as duas nações, compromete ambos os países a fornecer “todos os meios” de apoio militar no caso de um ataque. Acordo este que, segundo analistas, tem elevado as tensões na Península Coreana.

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