“Convencemo-nos que somos um país pequeno e periférico”, mas podemos e devemos fazer muito melhor, diz Secretário-Geral da Associação BRP

Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da Associação Business Roundtable Portugal, foi o orador de encerramento da XXIV Conferência Executive Digest, onde sublinhou o tema da intervenção, “Portugal pode e deve ser muito melhor”.

“Nos últimos 20 anos não crescemos”, começou por sublinhar o executivo, acrescentando que isto mostra a falta de dinamismo do nosso país.

Para além disso, nos últimos 10 anos perdemos mais de 10% da população ativo, “transformando um inverno demográfico num inferno demográfico”. Somos também o 8º país do mundo com mais pessoas a abandonarem o país.

Quem não cria riqueza não cria oportunidades, e isto mostra que o modelo de desenvolvimento do nosso país precisa de ser mudado.

“Convencemo-nos que somos um país pequeno e periférico, normalizámos o fracasso do país, esquecemo-nos que são os privados que criam riqueza e escolhemos procurar mais apoios. Duas décadas perdidas”, sublinha.

A Associação BRP acredita que Portugal pode fazer mais e melhor. Estamos incluídos na Europa, a maior região económica do mundo, temos sete unicórnios de ADN nacional, temos empresas globais que se internacionalizaram, temos empresas que estão em 100 países, temos empresas inovadoras e com uma grande aposta na inovação.

Para esta, a igualdade de acesso às oportunidades deve ser um dos principais papéis do Estado, que deve promover e celebrar a criação de riqueza. “Acreditamos que o Estado não deve perseguir”.

Pedro Ginjeira do Nascimento destacou ainda que apenas 1% das empresas geram 57% da riqueza do país, “as outras todas não têm escala, não têm ambição”.

Uma das principais convicções da Associação BRP é que a mudança depende de cada um. “Queremos fazer mais do que pensar”.

O executivo sublinhou ainda a importância de apostar nas pessoas, com iniciativas de adequar o talento e a formação no ensino técnico e universitário às necessidades das empresas, colmatando a escassez de talento.

Destacou o Programa PRO_MOV de reskilling, em parceria com o IEFP, com uma empregabilidade de 90% no primeiro curso, ou o Programa Metamorfose, com foco na governance ou o Programa Globalizar desenhado com a AICEP centrado na internacionalização, entre outros.

“Por isso, acreditamos em Portugal e nos portugueses”, rematou.

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