Contrafacção faz perder 60 mil milhões de euros por ano à União Europeia
As perdas equivalem a 7,4 % de todas as vendas da União Europeia em 11 sectores económicos. Em Portugal, estima-se que ascendam aos 1,1 mil milhões de euros, o equivalente a 9,5 % das vendas anuais nos 11 sectores, o que equivale a 111 euros por cidadão português por ano.
A União Europeia perde 60 mil milhões de euros anuais devido à contrafacção e à pirataria em 11 sectores económicos, calcula o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) no Relatório de 2019, publicado hoje.
A análise actualizada situa as perdas totais em 7,4 % de todas as vendas nos seguintes sectores: produtos cosméticos e produtos de cuidados pessoais; vestuário, calçado e acessórios; artigos de desporto; brinquedos e jogos; artigos de joalharia e relojoaria; malas de mão e de viagem; indústria discográfica; bebidas espirituosas e vinhos; produtos farmacêuticos; pesticidas; e smartphones.
“Considerando que os fabricantes legítimos produzem menos do que o que produziriam se não existisse contrafacção, empregando, consequentemente, menos trabalhadores, a análise aponta para uma perda directa de até 468 mil postos de trabalho nestes sectores em toda a UE”, refere o relatório. São estes os sectores económicos reconhecidamente vulneráveis à violação dos direitos de propriedade intelectual divulgada pelo EUIPO.
O estudo refere ainda que, desde a primeira análise em 2018, a quantidade de perdas de vendas tenha diminuído a nível da UE, excepto em dois dos sectores estudados: vestuário, calçado e acessórios; e produtos cosméticos e produtos de cuidados pessoais.
Sector do vestuário, calçado e acessórios
É o maior de todos os sectores estudados em termos de volume de vendas e de emprego. De acordo com a estimativa, o sector perdeu anualmente em toda a UE cerca de 28,4 mil milhões de euros em vendas, ou seja, 9,7 % do total das vendas. Seguido do sector dos produtos cosméticos e produtos de cuidados pessoais com perdas estimadas em 7 mil milhões de euros anuais.
Em Portugal, as perdas de vendas no sector do vestuário, calçado e acessórios devido à contrafacção rondarão os 635 milhões de euros por ano, ou seja, cerca de 14 % das vendas.