Consumo dos portugueses cresce 17% após desconfinamento
Com o desconfinamento, os portugueses começaram a armazenar mais produtos e o consumo cresceu 17%, segundo uma análise da Nielsen.
Segundo Nielsen, e de uma forma geral, «a pandemia Covid-19 veio trazer crescimento no sector dos bens de grande consumo em Portugal». Existiu «nitidamente» um período de armazenamento (entre 24 de Fevereiro e 15 de Março), em que o mercado cresceu 31% face ao período homólogo, enquanto nas semanas de quarentena (entre 16 de Março e 3 de Maio), o aumento foi de 9%, sintetizou a consultora.
Na fase de preparação da despesa, isto é, de armazenamento, as categorias de Higiene Pessoal e do Lar (+37%) e de Alimentação (+35%) foram as que apresentaram «maior dinamizado». Em Higiene, o consumo de papel higiénico cresceu 87%.
No que toca à alimentação, os portugueses optaram por produtos de maior durabilidade: conservas (+102%), produtos básicos (+89%) e dos congelados (+44%).
Quanto aos Frescos, o consumo de carne, peixe, frutas e legumes cresceram, respectivamente, 30%, 26% e 18%.
As Bebidas Não-Alcoólicas (+16%) também cresceram no período de armazenamento.
Já no período de quarentena, é na alimentação que se verifica o maior dinamismo (+14%). O consumo de bebidas quentes, com destaque para o café, cresceram 52%, os produtos básicos (33%), os congelados 29% e as conservas (28%).
«É evidente a preocupação dos consumidores com a limpeza», faz notar a Nielsen, apontando para um crescimento de 62% em acessórios de limpeza.
Por outro lado, com os portugueses confinados nas suas casas, notam-se decréscimos acentuados em categorias como produtos solares (-88%), produtos para calçado (-46%), perfumes (-37%) e maquilhagem (-29%).
Também nos Frescos, a tendência é de quebra, embora se tenham registado crescimentos nas frutas e legumes (+10%) e no talho (+6%).
O take-away e cafetaria do retalho alimentar, que «apresentava o maior dinamismo no período pré-Covid», inverteu a tendência na quarentena (-68%).
Terminado o período de quarentena e com a reabertura do pequeno comércio, as vendas nos super e hipermercados registaram um acréscimo de 17% entre 4 e 10 de Maio, face à semana homóloga, totalizando 187 milhões de euros, segundo a consultora Nielsen.
Nesta semana, os portugueses voltaram a armazenar e todas as categorias apresentaram crescimentos: alimentação (20%), bebidas (18%), higiene pessoal e do lar (9%) e comida e acessórios para cães e gatos (6%).
Recorde-se que Portugal contabiliza, neste momento, 1.356 óbitos associados à Covid-19 e 31.292 casos confirmados de infecção, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
O país entrou no dia 3 de Maio em situação de calamidade devido à pandemia de Covid-19, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março. Esta nova fase prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias “France-Presse”, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infectou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
*Notícia actualizada às 12:11