Concurso para médicos de família “foi um desastre no Centro e Sul do país”, acusa FNAM

A FNAM – Federação Nacional dos Médicos – garantiu esta sexta-feira que o concurso aberto pelo Ministério da Saúde, de 978 vagas, para médicos recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar foi “um desastre no Centro e Sul do país”.

“A quase totalidade das vagas na região Norte foram preenchidas, mas ficaram por ocupar 56% das vagas na região Centro, 81% em Lisboa e Vale do Tejo e 84% no Alentejo e no Algarve – um resultado que se apresenta como um autêntico desastre”, denunciou a FNAM, que sustentou os números. Das 978 vagas abertas, “apenas se candidataram 395. Destes, a nível nacional, só 313 (80%) aceitaram uma vaga, ficando o concurso muito aquém das necessidades do país, onde 1,7 milhões de pessoas não têm médico de família”.

A FNAM, segundo se leu no comunicado, “olha para o desfecho deste concurso com preocupação extrema, que demonstra, mais uma vez, que os médicos estão cansados da falta de condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, neste caso nos Cuidados de Saúde Primários, sobretudo no Centro e Sul do país, mas também em Trás-os-Montes (Unidade Local de Saúde do Nordeste)”.

A responsabilidade é, inteiramente, “do Ministério da Saúde, que insiste em adiar as negociações em curso, naquilo que é crucial para fixar médicos no SNS. A FNAM tem apresentado propostas concretas, no sentido de se firmar um acordo com grelhas salariais justas, condições de trabalho dignas e medidas que apoiem a parentalidade dos médicos. Por fim, os médicos querem garantir um projeto profissional no SNS, que permita prestar o apoio seguro e de qualidade à população, além de poderem conciliar a vida profissional, pessoal e familiar”.