Companhias áereas pedem ajuda aos passageiros para pagar combustíveis mais verdes

A pressão sobre a indústria da aviação no sentido de encontrar alternativas mais amigas do ambiente para alimentar as aeronaves está a aumentar. Como consequência, algumas companhias aéreas estão a pedir a ajudar dos respectivos passageiros: a SAS e a Lufthansa disponibilizam uma opção na reserva de viagens que funciona como uma espécie de subsídio para a utilização de combustíveis sustentáveis.

Segundo avança o Financial Times, este tipo de combustível é menos poluente mas é também significativamente mais caro. Por isso mesmo, os passageiros são chamados a participar na luta contra as alterações climáticas, podendo pagar uma taxa adicional para apoiar as companhias aéreas dispostas a dizer adeus ao querosene.

No caso da SAS, os passageiros podem pagar mais 10 dólares por blocos de 20 minutos de biocombustível. Por seu turno, a Lufthansa permite que os clientes de qualquer companhia calculem as suas emissões e, depois, lhe paguem o montante necessário para compensar pelo menos parte das viagens realizadas.

Contudo, o carácter opcional poderá estar a chegar ao fim. A mesma publicação lembra que a Comissão Europeia indicou na última semana a possibilidade de obrigar todas as viagens realizadas na União Europeia a contarem com um mínimo de combustível sustentável. Algo que já acontece na Noruega, onde desde Janeiro que existe um mínimo de 0,5% – que deverá subir para 30% até 2030.

A pressão aumenta ainda mais após as companhias terem percebido que mesmo o colapso da indústria e a quebra drástica no número de aviões no ar, na sequência da pandemia de COVID-19, não permitiu atingir os objectivos propostos. Até 2050, a indústria deveria reduzir em 50% as emissões de gases, considerando os níveis registados em 2005, mas a meta parece cada vez mais distante.

Actualmente, a aviação responde por 2 a 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa. As mais recentes estimativas da Roland Berger mostram que este número tem o potencial para subir para até 25%.

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