Como uma empresa chinesa superou a Coca-Cola no mercado das bebidas

Kweichow Moutai é o nome a reter quando se fala de bebidas na China. Faz parte do segmento de luxo e é difícil de conseguir – seja pelo preço elevado (pode chegar às várias centenas de euros) ou pelos stocks constantemente esgotados. A procura é tanta que, mesmo em plena pandemia, a empresa que fabrica a bebida homónima conseguiu aumentar o valor das suas acções em cerca de 70% na Shangai Stock Exchange, segundo adianta a CNN.

Com 53% de teor alcoólico e a promessa de que sabe a “fogo”, esta bebida garante à Kweichow Moutai o título de empresa mais valiosa da China se não contarmos com o sector tecnológico. Detida em parte pelo estado chinês, é também uma caso de sucesso a nível mundial: a avaliação de mercado é superior à da Diageo, por exemplo.

Fora das bebidas alcoólicas, consegue superar a Coca-Cola graças aos seus cerca de 340 mil milhões de euros de avaliação. A CNN adianta ainda que é um valor também superior ao da Toyota, Nike ou Disney.

Contudo, apesar destes números, a Kweichow Moutai é mais conhecida apenas no mercado oriental. Na Europa ou nos Estados Unidos da América, é possível que seja um nome sonante somente para a diáspora chinesa, o que não será de estranhar considerando que 97% das vendas da empresa acontecem na China.

Ben Cavender, managing director do China Market Research Group, acredita que o sucesso da companhia se deve, em parte, a uma estratégia semelhante à da Coca-Cola, que passa por estar presente em todos os grandes eventos do país e garantir que a marca faz parte do património nacional.

«Vemos a Coca-Cola quando o Muro de Berlim cai. Vemos a Coca-Cola em anúncios de Natal. Eu acho que Moutai é essa marca para a China e acho que isso explica por que é tão popular», indica o especialista citado pela CNN. A insígnia marca presença, por exemplo, em cerimónias oficiais e em eventos em que o governo receba outras figuras de destaque, como já aconteceu com o antigo presidente dos EUA Richard Nixon.

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