Como sobreviveram os negócios na Ucrânia, um ano depois do início da guerra?

É já esta sexta-feira que faz um ano deste que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022. Apesar das inúmeras consequências sociais e políticas do conflito, também as empresas ucranianas tiveram de lutar pela sobrevivência.

De acordo com o meio internacional ‘Fortune’ os líderes empresariais ucranianos foram atingidos tanto pelos ventos geopolíticos como pela violência e perturbação locais, mesmo que muitos tenham passado os últimos 12 meses a lutar na guerra. Durante todo este tempo, tem ainda tentado manter as empresas no limiar da sobrevivência, um esforço essencial para o futuro da Ucrânia.

No que diz respeito a resultados económicos, a guerra foi devastadora, com o PIB a descer cerca de 30% no ano passado, segundo o Banco Mundial. A organização estima que custará cerca de 350 mil milhões de dólares (330,7 mil milhões de euros) para reconstruir a infraestrutura destruída. Além disso, segundo algumas estimativas, os salários reais nas empresas privadas caíram cerca de 27% durante os primeiros nove meses de guerra, enquanto cerca de 11% das empresas na Ucrânia fecharam completamente.

Apesar disso, o resultado ainda é positivo, salientando-se que a maioria das empresas sobreviveu. Como? Adotando estratégias de negócio em tempos de guerra, reorientando-se em torno do esforço de guerra ou até mesmo mudando-se para países próximos para conquistar novos clientes e permanecerem vivas.

Entre estas empresas sobreviventes, o meio estrangeiro destaca a FinStream, uma empresa de serviços financeiros em Kiev, cujo CEO, Serhii Pozniak, se juntou à Guarda Nacional, quando a guerra começou.

Em novembro, durante uma batalha de artilharia contra os mercenários do Grupo Wagner da Rússia na floresta de Kreminna, no leste da Ucrânia, Pozniak pisou uma mina terrestre e a explosão resultante explodiu-lhe o pé direito, que teve de ser amputado.

No início de fevereiro, Pozniak convenceu os médicos a deixá-lo sair do hospital por algumas horas, de muletas, para se encontrar com o presidente do Banco Nacional da Ucrânia, a fim de lançar um fundo para pequenas e médias empresas que vai ajudar essas empresas a participar no esperado esforço enorme de reconstrução do pós-guerra.

A FinStream terá lucrado 6 milhões de dólares em receita no ano passado e sofreu apenas uma queda de 10% na receita durante a guerra, segundo o empresário.

Outro caso de sucesso é o BlackShield Capital Group, que tem como CEO, Serhiy Zhuykov, sendo uma empresa de gestão de ativos de 500 milhões de dólares, em Kiev.

Quando a guerra começou o empresário juntou-se à guerra, sem nenhuma experiência militar. Diz que se sente num verdadeiro “inferno”.

Em maio passado previu que a comunidade empresarial seria profundamente alterada pela guerra, dividindo-se entre aqueles que optaram por lutar na guerra e aqueles que ficaram fora da batalha. Por este motivo está determinado a manter seu negócio a funcionar, segundo o meio internacional, tendo os seus trabalhadores a leva-lo para a frente nos mercados da Europa e do Dubai.

Por fim, destaca-se o caso da UMG Investments, uma empresa de investimentos de Kiev, que perdeu quase todos os seus funcionários no início da guerra, quando estes fugiram.

Um ano depois, está entre 20% e os 25% do desempenho pré-guerra tendo passado de 5.000 para apenas 1.100 pessoas, das quais cerca de 130 estão a lutar contra as forças russas.

Apesar disso, o CEO, Andrey Gorokhov, neste momento evacuado em Varsóvia devido à doença da mulher, sublinha que “não houve venda de ativos”.

Com seus negócios reestruturados, a empresa terá começado a procurar novos investidores na Europa, tendo concluído que a Ucrânia provavelmente não voltará ao normal tão cedo.

Quais as empresas que podem beneficiar mais com o fim da guerra na Ucrânia?

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