Como o euro impactou os preços em Portugal: AInda se lembra de quanto custava um café ou um bilhete de metro?

A introdução do euro em Portugal, oficialmente em 2002, trouxe consigo desafios significativos para a economia e o poder de compra dos portugueses. Apesar das medidas tomadas para evitar a especulação, como a apresentação de preços tanto em escudos quanto em euros, muitas despesas diárias chegaram a duplicar quase instantaneamente.

Por exemplo, o preço de um café, que era de 50 escudos antes da introdução do euro, subiu para 50 cêntimos (ou 100 escudos) para facilitar os pagamentos na nova moeda. Este fenómeno de variação de preços foi atribuído aos “preços convenientes”, onde o último algarismo terminava em zero.

Portugal entrou na zona do euro com uma taxa de câmbio desfavorável, onde 200,482 escudos eram equivalentes a 1 euro. Esta taxa desfavorável contribuiu significativamente para a perda de poder de compra dos cidadãos portugueses, aumentando o custo de vida de forma substancial.

Atualmente, o euro é a moeda oficial de 19 países europeus, incluindo Portugal, e é utilizada por mais de 340 milhões de europeus. Portugal faz parte do grupo de 11 países fundadores que adotaram o euro desde o início de sua circulação, em 1999.

Após duas décadas de uso do euro, substituindo o escudo, e um período inicial de adaptação que incluiu o uso de conversores para facilitar as compras, o valor real do dinheiro foi-se perdendo gradualmente. Os consumidores portugueses passaram a gastar mais dinheiro para comprar os mesmos produtos, muitas vezes sem terem plena consciência do montante gasto, especialmente nos primeiros três anos da moeda única.

Por exemplo, as gorjetas em restaurantes aumentaram significativamente. Onde antes se dava 20 ou 30 escudos a um arrumador, agora dá-se 50 cêntimos (ou 100 escudos) ou mais. Dar dois euros (ou 400 escudos) de gorjeta tornou-se uma prática comum. Esta mudança levanta a questão: o que se poderia fazer com 1000 escudos na época do escudo, que agora equivalem apenas a 5 euros?

Eis algumas mudanças:

Transportes públicos- Um bilhete de metro em janeiro de 2002 custava 100 escudos (50 cêntimos). Hoje já chega a 1,80 euros (360 escudos)

Bilhete de cinema – Se antes uma ida ao cinema custava, em janeiro de 2022, 700 escudos, hoje o valor ultrapassa os 7 euros (1400 escudos)

Refeição completa num restaurante – O preço de uma refeição era de, em média, 1800 escudos (9 euros). Ainda se conseguem encontrar alguns menus do dia ou ‘mini-pratos’ a este valor, mas fora de promoções o mais provável é que acabe por gastar mais de 15 euros (3 mil escudos) pela mesma refeição

Litro de gasolina – em janeiro de 2002 este combustível era vendido por 172 escudos/litro (0,86 euros). Já no início deste ano, estava a 1,643 euros (330 escudos)

Maço de tabaco – Se outrora, em 2002, um maço de tabaco custava 370 escudos (1,85 euros), o mesmo maço hoje já custa mais de 5 euros (mais de mil escudos)

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