“Como levaram a União Europeia à beira da falência?”: Viktor Orbán exige saber o destino de 70 mil milhões de euros de fundos europeus

Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, indicou esta sexta-feira que a União Europeia está à beira da bancarrota – a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros, na passada terça-feira, novas contribuições nacionais para o orçamento da UE no valor de 65,8 mil milhões de euros até 2027, para financiar prioridades como apoio à Ucrânia, gestão da migração e tecnologias limpas.

Nas redes sociais, o responsável político deixou a questão: “A única pergunta que todos fazem aqui em Bruxelas é: para onde foi o dinheiro?” Orbán está atualmente a participar na cimeira de dois dias dos líderes da União Europeia, em Bruxelas, e um dos temas mais controversos é a questão de saber para onde foi o dinheiro do orçamento da UE. “Surge a pergunta: como surgiu esta situação e como levaram a União Europeia à beira da falência?” perguntou Orbán.

Orbán observou ainda que a UE está a exigir mais dinheiro dos Estados-membros, embora esteja apenas no segundo ano do seu orçamento de sete anos – ou seja, o dinheiro que foi aprovado para ser gasto para próximos cinco anos já foi gasto.

“Querem receber 50 mil milhões de euros dos Estados-membros para doar à Ucrânia, enquanto não podem nem prestar contas do dinheiro que lhes demos até agora. Querem mais dinheiro dos Estados-membros para poderem pagar os juros dos empréstimos da União Europeia que contraíram anteriormente. São empréstimos dos quais a Polónia e a Hungria não viram um único cêntimo até agora”, acusou Orbán.

“A posição húngara é clara”, frisou. “Primeiro, queremos saber em que foi gasta a enorme quantidade de dinheiro que demos até agora. Depois, queremos saber quem é o responsável pelo facto de a União Europeia estar à beira da falência”.

Em entrevista à rádio estatal húngara, à margem do Conselho Europeu, em Bruxelas, Viktor Orbán sustentou a mensagem.

“Uma coisa é certa: nós, húngaros, não vamos dar mais dinheiro à Ucrânia enquanto não disserem para onde foram os cerca de 70 mil milhões de euros de fundos anteriores”, referiu. “E achamos absolutamente ridículo e absurdo que devamos contribuir com mais dinheiro para financiar os custos do serviço da dívida de um empréstimo do qual ainda não recebemos os fundos a que temos direito”, acrescentou.

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