Como é que a Levi’s deu a volta à crise pandémica? Dois executivos explicam a estratégia do grupo

O diretor executivo da Levi Strauss & Co., Charles “Chip” Bergh, e o diretor financeiro, Harmit Singh, foram entrevistados pela ‘Bloomberg’ e explicaram como tiveram de gerir a empresa em conjunto durante a pandemia.

Quando questionado sobre como foi estar à frente da empresa durante a crise pandémica enquanto CEO, Bergh destacou o trabalho do diretor financeiro da Levi’s.

“O papel que Harmit desempenhou foi absolutamente essencial. (…) De repente, a maioria das nossas lojas no mundo foi fechada e vimos as nossas receitas praticamente secarem”, contou, classificando como “muito assustador” o momento vivido aquando da decisão de confinamento decretado por muitos países.

Nas palavras do CEO, Harmit entrou rapidamente em ação com a sua equipa, recorrendo a 500 milhões de dólares de dívida adicional para juntar dinheiro extra ao balanço patrimonial da empresa.

De acordo com Harmit Singh, além de tentarem perceber como aumentar o lucro e contactar com todos os stakeholders, a empresa entendeu que tinha de “sair mais forte” do contexto pandémico, dado que as experiências do consumidor e dos funcionários também passaram a ser diferentes.

Segundo Bergh, Harmit e a sua equipa “identificaram o que era emergir mais forte do ponto de vista financeiro”.

No seio da empresa, foi assumido o compromisso, durante a pandemia, de que quando as receitas voltassem aos níveis anteriores à mesma, as margens subiriam mais de dois pontos. “Cumprimos isso em grande parte por causa do trabalho que ele liderou para fortalecer os nossos resultados e balanço patrimonial durante a pandemia”, sublinhou.

Singh explica que foi fundamental para a empresa forcar-se num novo projeto estratégico baseado na elevação da marca, aceleração do negócio direto para o consumidor e diversificação da base de produtos, tendo inclusive entrado no segmento desportivo com a Beyond Yoga.

O executivo menciona o negócio de e-commerce, que hoje é muito lucrativo, pelo que a empresa continua a investir a longo prazo para a aceleração do negócio digital.

Contudo, a empresa viu-se forçada a avançar com alguns despedimentos: “Tomámos a decisão infeliz de demitir pessoas, mas cortámos os dividendos”, tendo ainda reforçado os benefícios e introduzido a licença médica remunerada.

 

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