Comissão Europeia não está a conquistar a maioria dos europeus, aponta sondagem: Von der Leyen colocada em causa

A taxa de aprovação da Comissão Europeia ‘divide’ a Europa em dois, sendo que é muito baixa em alguns dos Estados-membros, o que fez levantar questões sobre uma candidatura de Ursula von der Leyen a um segundo mandato à frente do executivo comunitário.

De acordo com uma sondagem realizada pela Ipsos para a ‘Euronews’, a maioria dos eleitores (63%) considerou que o trabalho da Comissão Europeia é negativo ou não tem opinião formada, o que pode indicar que o executivo de UE não está a chegar à maioria dos europeus.

A sondagem, feita junto de 26 mil cidadãos da UE em 18 Estados-membros, apontou ainda que 37% dos inquiridos têm uma opinião positiva sobre o trabalho de Von der Leyen: 31% têm opinião negativa e 32% não têm opinião formada.

Recorde-se que sensivelmente dentro de dois meses cerca de 370 milhões de eleitores vão eleger os novos membros do Parlamento Europeu, o que vai dar início a uma corrida à liderança da Comissão Europeia, o poderoso ramo executivo da UE que detém amplos poderes para legislar sobre diversos assuntos – desde tecnologia a cuidados de saúde, passando pelos direitos sociais, entre outros.

Von der Leyen, que foi nomeada para o cargo de presidente da Comissão em 2019, apesar de não se ter candidatado oficialmente ao cargo, está atualmente bem posicionada para garantir um segundo mandato de cinco anos depois de o Partido Popular Europeu (PPE) a ter nomeado como sua principal candidata.

Para garantir esse segundo mandato, terá de ser nomeada pelos líderes da UE e garantir o apoio da maioria no Parlamento Europeu recém-eleito, um teste pelo qual passou por uma margem de apenas nove votos em 2019.

Von der Leyen enfrenta, no entanto, críticas pelas suas escassas aparições públicas e pela sua relutância em sair à rua para se encontrar com os eleitores, mesmo durante uma campanha eleitoral.

Entre os Estados-membros com melhor opinião sobre o trabalho da Comissão Europeia estão Portugal (61%), Dinamarca (54%) e Espanha (54%). Já a taxa de aprovação desce para apenas 18% em França, um dos membros fundadores da UE, onde 36% têm uma opinião negativa sobre o trabalho da Comissão e 46% não sabem.

A perceção é também alarmantemente baixa em países do centro e do leste da Europa, como a Áustria, onde 41% veem a Comissão de forma negativa, e a Hungria e a República Checa, onde 38% têm a mesma opinião.

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