CMVM encosta Novo Banco à parede e exige explicações sobre depreciação de 300 milhões de euros
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ordenou ao Novo Banco que divulgue informação sobre os seis fundos de reestruturação em que participa, que gerou perdas de 300 milhões de euros, no ano passado, revela hoje o ‘Expresso’.
No ano passado, o banco pediu, “dizendo que o fazia seguindo recomendações do Banco Central Europeu”, como se lê no jornal, a uma consultora internacional em articulação com outras do ramo imobiliário que avaliassem estes ativos – na altura valorizados em perto de 800 milhões de euros e que passaram a ser avaliadas em 498 milhões de euros, levando uma depreciação de quase 300 milhões de euros, como explica o jornal do grupo Impresa.
O Novo Banco justificou esta perda no relatório de contas referente ao ano de 2020, apontando, como cita o ‘Expresso’, para “pressupostos para a valorização dos ativos englobados nos fundos”, bem como no desconto do valor com base “em parâmetros equiparados em fundos cotados e uma apreciação sobre a potencial evolução do fundo.
António Ramalho explicou ainda que contou “com descontos de entre 10% e 15% face a outros fundos do setor para o cálculo do valor dos fundos de reestruturação”, como escreve o ‘Expresso’.
A perda de 300 milhões de euros foi mais um número na longa fatura de 600 milhões de euros apresentados pelo Novo Banco ao Fundo de Resolução, para cobertura de perdas e correção de rácios de capital, e que acabou por ser reduzido para 429 milhões de euros.