Climáximo pinta castelo de São Jorge em Lisboa e apela à resistência contra a crise climática em protesto marcado para 23 de novembro

Na manhã desta sexta-feira, o grupo ambientalista Climáximo realizou uma ação de protesto no castelo de São Jorge, em Lisboa, pintando de vermelho uma das fachadas do monumento e exibindo uma faixa com a mensagem: “23 Nov, Parar Enquanto Podemos”. Em comunicado enviado às redações, o coletivo justificou a intervenção como um apelo urgente para que a sociedade “pare de normalizar a violência da crise climática”, convocando uma ação de resistência em massa para o dia 23 de novembro.

A ação, que surpreendeu os visitantes do local, tem como objetivo alertar para os efeitos devastadores da crise climática e responsabilizar os governos e empresas que, segundo o Climáximo, são os principais culpados pela destruição em curso. O grupo denuncia o que considera ser uma “guerra deliberada contra as pessoas e o planeta” e apela à mobilização da sociedade para resistir às políticas que continuam a permitir a queima de combustíveis fósseis.

Sara Gaspar, porta-voz do Climáximo, referiu no comunicado que o verão de 2024 foi o mais quente desde que há registos, sublinhando as tragédias recentes, como os incêndios que devastaram o norte de Portugal na semana passada, resultando na morte de nove pessoas e na destruição de várias casas. “Esta tragédia, assim como as secas extremas, tempestades e ondas de calor que já estão a provocar mais mortes e migrações forçadas, têm culpados: os governos e as empresas incendiárias que sabem, há décadas, que estão a levar-nos para o colapso”, afirmou.

Sara, bióloga de 31 anos, destacou que a continuidade da exploração e investimento em infraestruturas de combustíveis fósseis é uma escolha consciente que está a condenar pessoas em todo o mundo à miséria. “Nada disto é normal, tal como nada disto é inevitável. Temos de pará-los”, apelou a ativista.

Na sua declaração, Sara Gaspar questionou a prioridade dada à preservação de monumentos históricos em detrimento da vida humana. “Os castelos são algo que todas as pessoas querem preservar. Mas de que servem os monumentos históricos, se permitirmos que a humanidade passe à história?” Para a ativista, é imperativo que se inverta o curso atual: “Enquanto não pararmos de consentir e começarmos a mobilizar-nos para desafiar os planos assassinos de governos e empresas, eles vão continuar a matar e a causar devastação.”

O Climáximo convocou uma ação de resistência civil para o próximo dia 23 de novembro, dia em que se encerram as discussões na Conferência das Nações Unidas pelo Clima (COP29) e no âmbito do Orçamento de Estado (OE), em Portugal. O grupo apela a uma participação massiva, envolvendo “trabalhadores, estudantes, mães, pais, filhos, precários, desempregados, avós, netos”, para que este dia “não seja um sábado normal em que agimos como se estivesse tudo bem”.

A ação, descrita como acessível a todos, pretende “abordar pessoas nas ruas e cafés” e “quebrar a normalidade” ao bloquear uma das praças centrais de Lisboa. A primeira assembleia de preparação da ação está marcada para o dia 5 de outubro, às 15h, na Praça José Fontana, em Lisboa, aberta a todas as pessoas interessadas em participar e organizar a resistência.

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