Classe política está a tentar interferir em investigações judiciais, acusa sindicato dos Magistrados do Ministério Público

Adão Carvalho considerou incompreensíveis as críticas públicas à forma como foram conduzidas as buscas na sede do PSD e à casa do antigo presidente social-democrata, Rui Rio – o presidente do sindicato dos Magistrados do Ministério Público, em declarações à ‘Antena 1’, acusou a classe política de tentar interferir em investigações judiciais.

“Não sei se o que nós pretendemos é caminhar, como caminharam outros países, como a Polónia, Hungria ou Turquia, para sistemas em que o poder político tem um poder de interferência no sistema judicial”, referiu o responsável. “Esta intranquilidade gerada por opiniões de quem tem responsabilidades públicas contribuem em muito para degradar a imagem da Justiça e eventualmente caminharmos para soluções totalmente contrárias ao Estado de Direito.”

As críticas às buscas das autoridades judiciais chegaram de vários quadrantes mas a mais expressiva foi de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, que exigiu explicações ao Ministério Público sobre este caso.

“Não sei que conhecimento, até devido à independência que deve existir, tem o senhor presidente da Assembleia da República do processo para poder afirmar que houve desproporção de meios ou qualquer outro dos comentários que fez”, indicou Adão Carvalho.

“Se existe conhecimento, significa que houve interferência ou intromissão por parte de um órgão alheiro ao sistema judicial no processo. Quero acreditar que não”, apontou.

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