Cinco anos depois França julga suspeitos de assassinatos no Charlie Hebdo

Começa na próxima quarta-feira o julgamento de 14 pessoas, cúmplices de militantes islâmicos nos ataques de 2015 à revista satírica Charlie Hebdo e a um supermercado judeu em Paris, avança a ‘Reuters’.

A 7 de Janeiro de 2015, os irmãos Said e Cherif Kouachi atacaram os escritórios do Charlie Hebdo, numa manifestação contra a liberdade de expressão, nos mais variados temas, nomeadamente raça, religião e política. Do ataque resultou a morte de 12 pessoas.

No dia seguinte, Amedy Coulibaly, próxima de Cherif Kouachi, matou um agente policial e a 9 de Janeiro mais quatro homens judeus foram assassinados num supermercado localizado no leste de Paris. Os três criminosos acabaram mortos pela polícia em confrontos.

Numa gravação de vídeo, Coulibaly disse que os ataques foram coordenados e executados em nome do Estado Islâmico. A Al Qaeda, sediada no Iémen, na Península Árabe, reivindicou o ataque ao Charlie Hebdo.

Zineb el Rhazoui, de 38 anos, que deixou o seu emprego como jornalista no Charlie Hebdo dois anos após o ataque, espera agora que os seus colegas mortos sejam recordados como seres humanos gentis e cultos.

«Se (os agressores) cometeram este crime, é porque acreditaram numa ideologia e essa ideologia terá que ser julgada. É disso que estou à espera», disse a jornalista citada pela ‘Reuters’.

Os supostos cúmplices foram acusados ​​de crimes, incluindo fornecimento de armas, filiação a uma organização terrorista e financiamento do terrorismo.

Dos 14 réus, três serão julgados à revelia e podem já estar mortos. Acredita-se que Hayat Boumedienne, parceiro de Coulibaly no momento do ataque, e os irmãos Mohamed e Mehdi Belhoucine tenham viajado para regiões da Síria sob o controlo do Estado Islâmico pouco antes dos ataques.

Entre os que vão ocupar o banco dos réus está Ali Riza Polat, que os investigadores alegam que ajudou os três agressores a reunir armas e munições, se for considerado culpado poderá ser condenado a  prisão perpétua.

Ler Mais