Cientistas desvendam segredos de tabuinhas babilónicas com 4 mil anos e encontram presságios sombrios para o futuro

Tabuinhas babilónicas com 4 mil anos, encontradas há mais de um século no atual Iraque, foram finalmente decifradas por investigadores e a mensagem era terrífica: nas quatro tabuinhas de argila recém-decifradas estão 61 previsões sinistras, que preveem desastres futuros.

Os antigos babilónios tinham um interesse especial pelo cosmos, especialmente pela Lua, e associavam os eclipses lunares a desastres naturais e a acontecimentos históricos: nas previsões estava uma referência a que “um rei morrerá” e uma “nação cairá”, assim como desastres ambientais severos, incluindo um que dizia: “Na primavera, surgirá um enxame de gafanhotos e atingirá colheitas da minha terra. Haverá escassez de alimentos.” Há também referências a revoltas em terra, tanto por parte de adversários estrangeiros como do clima.

Um dos presságios dizia também que “haverá chuva e inundações e Adad devastará as eiras”, salientando que “ocorrerá um ataque de um exército elamita, um exército gutiano, na terra. Isso destruirá uma terra que se revolta. A terra perecerá”. “Quanto uma terra que se revolta, o inimigo demolirá cidades, muralhas, as muralhas da minha cidade, as muralhas da nossa cidade”, precisou.

Pensa-se que as tabuinhas vêm de Sippar – uma cidade que floresceu durante o Império Babilónico no que é hoje o Iraque e data do período intermédio e tardio da Antiga Babilónia, de entre cerca de 1894 a 1595 a.C. De acordo com os investigadores, é possível que os povos antigos tenham confiado em experiências passadas para determinar quaisquer presságios que os eclipses lunares previram – esta descoberta faz destas tabuinhas “os exemplos mas antigos de compêndios de presságios de eclipses lunares já descobertos”.

Os antigos babilónios aprenderam quando esperar um eclipse lunar e afirmaram frequentemente que este previa a morte do seu rei e realizaria rituais para salvar o atual monarca do seu suposto destino, indicaram os investigadores, que trabalharam para decifrar a linguagem cuneiforme, que é uma das formas de escrita mais antigas conhecidas – significa “em forma de cunha”, porque as pessoas usavam um estilete de junco para criar marcas em forma de cunha em tábuas de argila.

Na Mesopotâmia, os povos antigos associavam os eclipses à morte dos seus reis, levando-os a estudá-los e a fazer previsões para proteger os seus governantes. Acreditavam que “os acontecimentos no céu eram sinais codificados colocados pelos deuses como avisos sobre as perspetivas futuras daqueles que estavam na Terra”, salientaram Andrew George, professor da Universidade de Londres, e o seu coautor Junko Taniguchi no estudo.

Os investigadores disseram que um presságio transcrito dizia: “Se um eclipse for obscurecido do seu centro de uma só vez: um rei morrerá, destruição de Elam”, – uma região da Mesopotâmia no centro do que é hoje o Irão. Outro presságio previa a queda de duas outras regiões da Mesopotâmia, Subartu e Akkad, que ocorreria se “um eclipse começasse a sul e depois desaparecesse”.

Os presságios lunares normalmente previam a morte de um rei e, de acordo com a NASA, os babilónios nomeavam por vezes “reis substitutos… que suportariam o peso da ira dos deuses” para proteger o verdadeiro governante do perigo.

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