Ciberataques podem ser responsáveis por uma crise de liquidez na banca
O Conselho Europeu de Risco Sistémico (ESRB) concluiu que os bancos e instituições financeiras europeias pode afectar significativamente todo o sistema, caso sejam alvo de um ciberataque. Esta foi a principal conclusão retirada de uma reunião ordinária da entidade europeia, no passado mês de Dezembro.
Mais concretamente, os responsáveis do ESRB, constataram que em determinadas circunstâncias, um ciberataque a um banco pode “rapidamente escalar de uma falha operacional para uma crise de liquidez” que, por sua vez, pode originar uma crise financeira sistémica. A agência europeia vai divulgar o estudo que realizou e que inclui estas conclusões já no primeiro trimestre deste ano.
O ESRB está já a trabalhar num nova regulamentação que tenha em conta os riscos cibernéticos e que se foca numa forma de “mitigar as vulnerabilidades identificadas e qual será o papel a desempenhar pelas autoridades, em caso de crise sistémica”, avança a agência europeia em comunicado. “Tal é particularmente importante devido à velocidade e escala que estes eventos conseguem alcançar e os desafios específicos que envolvem”, acrescenta o ESRB.
Os responsáveis desta agência europeia, na sua reunião, avaliaram ainda outros riscos potencialmente perigosos para o sistema financeiro: endividamento excessivo das empresas, nível de liquidez dos activos em fundos de investimento e multas por conduta inadequada no sector bancário. A esta lista de riscos, o ESRB acrescentou ainda as alterações climáticas e as inovações disruptivas em infra-estruturas financeiras críticas.
Na sua reunião, a agência europeia avaliou também as quatro principais áreas macroeconómicas que são alvo de maior preocupação, no que respeita à garantia de estabilidade financeira global. Desde logo, as previsões de crescimento a médio prazo que permanecem baixas “devido à elevada incerteza política e geopolítica, onde se incluem as guerras comerciais”, avança o ESRB no mesmo comunicado.
Por outro lado, a avaliação actual dos activos do sector financeiro como um todo – prémios de risco podem sofrer uma correcção acentuada que pode afectar o funcionamento dos mercados – assim como o crescimento descendente que pode influenciar tanto a dívida pública como privada, são também fontes de preocupação para esta agência.
Por fim, o ESRB considera preocupante a pressão que um ambiente económico mais débil exercerá sobre os modelos de negócio financeiros mais tradicionais que, por sua vez, vão afectar negativamente bancos, seguradoras e fundos de pensão europeus.