China suspende compras de bens agrícolas aos Estados Unidos e deixa acordo comercial na corda bamba
A China prometeu e cumpriu. Depois de os Estados Unidos decidirem limitar a entrada de cidadãos chineses no seu território e impor sanções comerciais a Hong Kong, Pequim ordenou às grandes empresas estatais que suspendessem a compra de bens agrícolas ao país, avança a “Bloomberg”, que cita fontes oficiais.
Entre essas empresas estão a Cofco e a Sinograin, detalha a agência de notícias. As mesmas fontes revelaram ainda que já foram canceladas várias encomendas de carne de porco.
Esta medida põe em causa as bases do acordo comercial, de fase um, alcançado em Janeiro deste ano pelas duas maiores economias mundiais, que colocou um travão a um conflito de meses e que previa um aumento das importações chinesas de bens agrícolas norte-americanos.
A China comprometeu-se, no âmbito do acordo, a comprar bens agrícolas aos Estados Unidos no valor de 36,5 mil milhões de dólares este ano, sendo que a pandemia do novo coronavírus limitou as importações a 3,35 mil milhões de dólares de Janeiro a Março, o que representa o valor mais baixo, neste período, desde 2007.
A decisão dos Estados Unidos, recorde-se, surgiu na sequência da China ter imposto uma lei de segurança nacional em Hong Kong. Na passada terça-feira, o líder norte-americano, Donald Trump, disse mesmo que iria anunciar medidas «muito interessantes» até ao final da semana [passada] para responder ao diploma da China. «Estamos a preparar algo.»