China diz que negociação é “única saída” para guerras em Gaza e na Ucrânia
O ministro da Defesa chinês afirmou hoje que “a negociação” e “uma solução pacífica” são “a única saída” para as guerras em Gaza e na Ucrânia, reiterando que “o fim de qualquer conflito é a reconciliação”.
“Cada país tem o direito de salvaguardar os interesses de segurança e desenvolvimento, mas é necessária uma ordem internacional justa para resolver os problemas. A China está disposta a construir a paz em conjunto com as Forças Armadas de outros países”, afirmou Dong Jun, na abertura do Fórum Xiangshan de Pequim, o maior evento anual de diplomacia militar da China, que conta com a participação de mais de 90 países e organizações internacionais.
Dong reuniu-se na quinta-feira com o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, que se encontra em Pequim para participar no fórum.
Fomin afirmou que as relações entre Pequim e Moscovo “são de grande importância para a segurança e a estabilidade global e regional”, de acordo com o Ministério da Defesa chinês.
O responsável chinês reuniu-se ainda separadamente com os homólogos da Defesa da Arménia, da Bielorrússia, do Chile, de Madagáscar, das Maldivas, da Mauritânia e do Tajiquistão, tendo afirmado que “face à situação internacional e regional de caos e turbulência, é preciso uma união estreita, discutir planos de segurança global e explorar estratégias para a paz e estabilidade a longo prazo”.
Na intervenção, Dong sublinhou que a China procura “dar novos e maiores contributos para a segurança global” e salientou que “só os países que tomam decisões autónomas vão ser respeitados pela comunidade internacional”.
“Ninguém está alheio a ameaças como as alterações climáticas e o terrorismo. Os países, sejam grandes ou pequenos, devem unir-se e enfrentá-las em pé de igualdade”, afirmou.
O ministro da Defesa chinês pediu consenso, respeito e confiança mútuos para enfrentar os desafios globais porque “quanto mais profunda for a cooperação, mais estáveis serão as relações e mais seguro será o mundo”.
Esta é a primeira vez que Dong surge num fórum deste tipo desde que assumiu o cargo no ano passado para substituir o ex-ministro Li Shangfu, demitido e posteriormente expulso do Partido Comunista Chinês, depois de ter sido acusado de corrupção.
O fórum, também marcado pelas recentes tensões entre a China e as Filipinas no mar do Sul da China e a questão de Taiwan, deve contar com a presença do vice-secretário adjunto da Defesa dos Estados Unidos para a China, Taiwan e Mongólia, Michael Chase.
Uma delegação da Ucrânia composta por académicos e antigos funcionários, incluindo o antigo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Oleksandr Chalyi, também participa no fórum.