China, Brasil, Índia, Turquia (entre outros…): Putin reúne países amigos para cimeira do BRICS
Inicia-se esta terça-feira, em Kazan (Rússia), a 16ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo do bloco de economias emergentes
Fundado com quatro membros – Brasil, Rússia, Índia e China – em 2009, o grupo BRICS acolheu a África do Sul em 2010 e foi este ano alargado a vários outros países: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egito e Irão.
A Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), anunciou em setembro que apresentou oficialmente o seu pedido de adesão aos BRICS, sendo esperada a presença do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan na cimeira, bem como do presidente chinês, Xi Jinping, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do presidente iraniano, Massud Pezeshkian.
O encontro de alto nível conta com a participação do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e de 24 líderes estrangeiros. A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (o banco dos BRICS), a brasileira Dilma Rousseff, também marca presença.
“Os países associados são, essencialmente, os condutores do crescimento económico global. Num futuro próximo, os BRICS vão gerar o principal aumento do PIB global”, apontou o presidente russo num fórum empresarial em Moscovo, segundo a agência ‘Reuters’. Para Putin, este mesmo crescimento vai reduzir a interferência e influência externa. “Isso é essencialmente a soberania económica”, disse.
Os responsáveis russos já consideram a cimeira um grande sucesso. De acordo com o assessor de Putin para a política externa, Yuri Ushakov, 32 países confirmaram a sua participação, com a presença de mais de 20 chefes de Estado.
Ushakov referiu que Putin planeia realizar cerca de 20 reuniões bilaterais, sugerindo que este poderá tornar-se “o maior evento de política externa alguma vez realizado” em solo russo.
Fora da agenda ficará a guerra na Ucrânia. “O tema é a cooperação dos BRICS”, disse o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. O anfitrião do evento, Vladimir Putin, foi o responsável pela invasão do país vizinho em 2022, pelo que o tema é tabu. Dos membros fundadores do bloco, só o Brasil condenou a guerra quando a ONU votou a resolução sobre o tema, dias depois do início do conflito.
Dos novos membros admitidos neste ano, egípcios e os EAU também condenaram Moscovo. Em comum, contudo, todos são contra o regime de sanções ocidentais a que a Rússia está sendo submetida e mantêm boas relações com o Kremlin.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem agendado para esta quinta-feira um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
O anúncio foi feito por Yuri Ushakov, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kremlin, que também confirmou que, no mesmo dia, Putin se reunirá com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.