Chegou o dia “D” para Lisboa e Vale do Tejo. Governo decide se levanta regras especiais na região
Desconfinar, sim. Menos na Área Metropolitana de Lisboa (AML). O aumento súbito de casos na AML levou o Governo a adiar o calendário de desconfinamento na região de Lisboa e Vale do Tejo. Esta quinta-feira, o Executivo reavalia as medidas, em Conselho de Ministros, e decide que passos vai dar a seguir.
Na passada sexta-feira, o Executivo aprovou e anunciou a terceira fase do plano de desconfinamento, com regras especiais para a AML, nomeadamente o adiamento da reabertura de lojas inseridas em centros comerciais, na sequência da identificação de focos de contágio do novo coronavírus na região. «Porque é que fixamos este período de uma semana? Porque vamos fazer um esforço muito grande para que todo o esforço de testagem e despistagem dos focos que temos vindo a verificar associados à construção civil e associados ao trabalho temporário», justificou, na altura, António Costa.
O plano do Governo até esta quinta-feira, dia 4 de Junho, era «conseguir identificar melhor as cadeias de transmissão, proceder ao isolamento dos casos de pessoas infectadas que têm de ser isoladas, do isolamento das pessoas que com eles estão em contacto regular e que devem também ser sujeitos a confinamento obrigatório».
Questionada sobre um possível cordão sanitário na região de Lisboa, a ministra da Saúde assegurou, na terça-feira, que a questão «não se coloca», pelo menos «neste momento».
Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu ontem, durante o debate quinzenal, que as restrições em Lisboa serão levantadas «muito brevemente». O chefe do Governo socialista rejeitou ainda a ideia de haver um «descontrolo da situação», reiterando que não está em causa uma situação generalizada, mas sim «focos concretos».
No entanto, Ricardo Mexia, presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, defendeu à rádio “Renascença” que adiar novamente a reabertura dos centros comerciais na zona de Lisboa é a decisão mais acertada. «O número de casos aumentou, o quadro está mais ou menos constante ao longo destes dias e eu acredito que deverá ser tomada uma decisão em linha com a de há uma semana, diferindo um pouco mais essa abertura, face ao risco envolvido», considerou.
Portugal, recorde-se, regista já 33.216 casos de infecção pelo novo coronavírus e 1.447 vítimas mortais, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. Os dados mostram que a esmagadora maioria dos casos (92%) corresponde à região de Lisboa e Vale do Tejo.
A AML é composta por 18 municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.