“Chega sente-se desobrigado a aprovar medidas de viabilização do Orçamento”: Ventura critica “pântano político” do atual Governo

André Ventura, líder do Chega, criticou esta quarta-feira o “pântano político” vivido no nosso país, garantindo que a responsabilidade é de Luís Montenegro, líder daquele que poderá ser “um dos Governos mais curtos da história da democracia em Portugal”.

“A AD escolheu no PS o seu interlocutor política. Ontem, na tomada de posse, Luís Montenegro deixou claro que o compromisso que queria era com o PS. Apelou aos socialistas para não ser uma força de bloqueio. O que ouvimos hoje é o PS a dizer que não quer nada disso e não sente o dever de viabilizar o programa da AD e o Orçamento do Estado”, referiu o líder do Chega.

“Por isso, apelamos à AD que avance com um Orçamento Retificativo, aparentemente há consenso em algumas matérias: corrupção, a recuperação do tempo de serviço dos docentes, a valorização da carreira da Administração Pública e a questão dos polícias – ‘Montenegro deve viabilizar já este projeto’, destacou – e a descida dos impostos, tanto no IRS como IRC. Há consenso que parece possível fazer-se um Orçamento Retificativo, e insto o Governo a avançar rapidamente para evitar que estas medidas tão importantes como estas fiquem pelo caminho nesta legislatura”, referiu Ventura.

André Ventura destacou ainda que se “sente desobrigado a aprovar medidas de viabilização do Orçamento ou de viabilização política a prazo uma vez que Luís Montenegro, legitimamente, voltou a referir que ‘não é não’. Optou por dialogar com o PS, mas hoje ouvimos Pedro Nuno Santos a dizer que não quer dialogar com a AD. O que temos é uma enorme confusão sobre estratégia e amadorismo. Amadorismo porque a AD achou que podia contar com o PS para dar passos mais à frente, amadorismo de Montenegro por achar que podia repetir o Governo de Cavaco Silva. Não estamos nos anos 80. Cabe ao líder assegurar a maioria mas a AD optou por não a criar”.

“Isto criou um cenário na política portuguesa absolutamente inacreditável. Ao contrário do que pediu o Presidente da República, o líder da AD insistiu em não construir uma maioria. O Chega sente-se desobrigado a viabilizar qualquer instrumento da AD. Temos um pântano política porque Montenegro não promoveu as políticas de entendimento que eram fundamentais”, acusou Ventura.

No entanto, o Chega mostrou abertura para um compromisso “para com um Orçamento Retificativo que seja apresentado nos próximos dias ou semanas, a seguir ao 25 de Abril, para se avançar com causas importantes”, indicou Ventura, salientando que “arriscamo-nos mesmo a ter um dos Governos mais curtos da história da nossa democracia”.

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