Chefe da CIA regressa ao Cairo para negociações sobre Gaza

O chefe da CIA desloca-se ao Cairo no fim de semana para discussões sobre uma trégua e a libertação dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, território cercado e bombardeado por Israel desde outubro, indicaram hoje os ‘media’ norte-americanos.

Quase seis meses depois do início do conflito na Faixa de Gaza, o anúncio desta nova iniciativa norte-americana surge após os Estados Unidos terem pressionado na quinta-feira o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para concluir “sem demora” um acordo de cessar-fogo, num momento em que se intensifica a pressão internacional perante a grave crise humanitária no pequeno e sobrepovoado enclave palestiniano.

O diretor dos serviços secretos norte-americanos (CIA), Bill Burns, vai reunir-se no Cairo com o seu homólogo israelita, o chefe do Mossad David Barnea, e com responsáveis do Egito e do Qatar, outros dois países envolvidos nas negociações para um acordo de trégua, indicou o jornal New York Times.

O ‘site’ informativo Axios avançou, por sua vez, que estarão presentes no encontro o primeiro-ministro do Qatar, Abdelrahmane Al-Thani, e o chefe dos serviços de informações egípcios, Abbas Kamel.

Nas últimas semanas, as negociações que têm decorrido em Doha e no Cairo registaram um impasse.

A Faixa de Gaza é alvo há cerca de seis meses de uma devastadora intervenção militar israelita, desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Telavive.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza já provocou mais de 33.000 mortos, a maioria crianças e mulheres, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

Israel confronta-se com uma crescente pressão internacional devido à grave situação humanitária dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

A população da Faixa de Gaza está a enfrentar o colapso dos hospitais, surtos de doenças e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.

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