CGTP-IN marca Dia Nacional de Luta: greves, paralisações e concentrações de trabalhadores vão ‘parar’ o país a 28 de junho

O Conselho Nacional da CGTP-IN decidiu convocar, esta quinta-feira, um Dia Nacional de Luta, marcado para o dia 28 de junho, “em todos os setores e em todo o país, com greves, paralisações e concentrações nos locais de trabalho e empresas”.

Em comunicado, a intersindical revelou que “a situação em que atualmente se encontram os trabalhadores, reformados e pensionistas, com a diminuição do poder de compra face à escalada dos preços e dos lucros, exige a continuação da mobilização e organização dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, no combate à exploração, pelo geral e significativo aumento dos salários e pensões, que permita repor e melhorar o poder de compra e garantir um futuro para quem vive e trabalha no nosso país”.

O Conselho Nacional decidiu ainda “alargar a intervenção e influência a mais trabalhadores, a mais locais de trabalho e empresas”, pretendendo mobilizar para a Marcha pelo direito à Saúde, com o lema “Mais SNS, Melhor Saúde!”, no dia 20 de maio, com concentração e desfile às 15h, em Lisboa e no Porto, e às 11h, em Coimbra.

E o que está em causa?

– O aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores, em pelo menos 10% com um mínimo de 100€, a valorização das carreiras e profissões, o aumento do salário mínimo para 850€, avançando com a intensificação da luta reivindicativa em todos os sectores, exigindo aumentos intercalares no imediato, que respondam à justa e possível reivindicação salarial, incluindo nos locais de trabalho em que houve aumentos, mas que ficaram aquém das necessidades dos trabalhadores;

– A reposição do direito de contratação coletiva, com a revogação da caducidade bem como das restantes normas gravosas da legislação laboral, e a reintrodução plena do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador;

– A redução do horário para as 35 horas de trabalho semanal para todos, sem perda de qualquer direito e retribuição, contra a desregulação dos horários, adaptabilidades, bancos de horas e todas as tentativas de generalizar a laboração contínua e o trabalho por turnos;

– O combate à precariedade nos setores privado e público, garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efetivo;

– O aumento das pensões de reforma, de forma a repor e melhorar o poder de compra dos reformados e pensionistas;

– O reforço do investimento nos serviços públicos, nas funções sociais do Estado e na valorização dos trabalhadores da administração pública, para assegurar melhores serviços às populações.

Desemprego merece duras críticas dos dirigentes sindicais

“O INE confirmou a degradação da situação social com o aumento do desemprego”, revelou a CGTP-IN, sublinhando que “no 1º trimestre havia mais 72 mil trabalhadores desempregados do que no mesmo trimestre do ano passado (+23%), tendo também aumentado em relação ao trimestre anterior (+11%)”.

“A taxa de desemprego subiu de 5,9% para 7,2% no espaço de um ano, atingindo ainda mais as mulheres (7,5%) e sobretudo os jovens com menos de 25 anos (19,6%). Mas juntando os trabalhadores a tempo parcial que queriam trabalhar mais horas, os desencorajados e ainda os inativos indisponíveis, a subutilização do trabalho abrange quase 681 mil e representa 12,5% da população ativa, tendo também crescido face ao trimestre anterior e homólogo”, acusou a intersindical.

“A precariedade do emprego aumentou, afetando agora 717 mil trabalhadores (17% dos assalariados), mais 50 mil do que no ano passado, uma estimativa que peca por defeito. Os jovens trabalhadores são os mais atingidos: 56% entre os menores de 25 anos e 27% no grupo dos 25 aos 34 anos”, finalizou.

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