Cerveja sem álcool é cada vez mais popular na UE. Está a ‘tradicional’ em risco?

A produção de cerveja sem álcool ou de baixo teor alcoólico na União Europeia está em ascensão, tendo registado aumento de 13% entre 2022 e 2023. Em contrapartida, a produção de cerveja tradicional sofreu uma queda de 5% no mesmo período, revelam dados do Eurostat. Apesar deste crescimento significativo, a cerveja tradicional continua a dominar amplamente o mercado europeu, representando cerca de 95% do total produzido em 2023.

Em 2023, a União Europeia produziu mais de 32 mil milhões de litros de cerveja tradicional, enquanto as cervejas sem álcool ou com baixo teor alcoólico (menos de 0,5% de álcool) somaram apenas 1,8 mil milhões de litros. Contudo, o ritmo de crescimento das variedades não tradicionais tem sido notável, sugerindo uma mudança gradual nas preferências dos consumidores.

Alemanha lidera a produção de cerveja na UE

A Alemanha continua a ser o maior produtor de cerveja da União Europeia, tanto na categoria tradicional como na de cervejas sem ou com baixo teor alcoólico. Em 2023, o país foi responsável por 22% da produção total de cerveja tradicional e por cerca de 30% da produção de cervejas não tradicionais, o equivalente a 556 milhões de litros.

Espanha surge como o segundo maior produtor em ambas as categorias, contribuindo com 12% da produção total de cerveja tradicional e 14% (253 milhões de litros) da produção de cerveja sem ou com pouco álcool. Países como os Países Baixos (202 milhões de litros), França (161 milhões), República Checa (117 milhões) e Roménia (85 milhões) destacam-se também na produção de cerveja não alcoólica.

Portugal ocupa uma posição relevante no mercado europeu, sendo o sexto maior produtor de cerveja com álcool. Em 2023, o país registou uma produção de 821 milhões de litros, consolidando-se como um dos principais ‘players’ neste setor.

Exportações: a preferência britânica pela cerveja da UE

No mercado das exportações, os Países Baixos lideram como o principal exportador de cerveja tradicional da União Europeia, representando 21,5% das vendas para fora do bloco. Apesar do impacto do Brexit, o Reino Unido mantém-se como o maior destino para as cervejas europeias, absorvendo 23% do total exportado.

Os Estados Unidos surgem em segundo lugar, com 16,1% das exportações, seguidos pela Rússia (8,4%), China (7,3%) e Cuba (5,2%).

Relativamente às importações, a cerveja britânica domina as preferências dentro da UE, representando 57,6% das aquisições provenientes de fora do bloco, seguida pela cerveja mexicana, que corresponde a 17,2%. França destaca-se como o maior importador de cerveja alcoólica na União Europeia, com uma quota de 17,1% das importações totais.

Um futuro promissor para as cervejas não alcoólicas?

Embora ainda distante em volume absoluto, o crescimento acelerado das cervejas sem álcool ou de baixo teor alcoólico sugere uma mudança nos hábitos de consumo na Europa. Estas opções estão a atrair consumidores em busca de alternativas mais leves, o que pode representar um desafio à hegemonia da cerveja tradicional nos próximos anos.

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