“CEO Fraud” já ouviu falar? PSP alerta para esquema de burla a pessoas e empresas (e deixa conselhos)

A Polícia de Segurança Pública (PSP) lançou um alerta às empresas e cidadãos sobre um novo tipo de burla que, apesar de ainda não ser estatisticamente expressivo em Portugal, tem causado danos significativos às organizações visadas: a “CEO Fraud”. Este tipo de fraude envolve a personificação de altos responsáveis de empresas e organizações, com o objetivo de manipular os funcionários a realizarem pagamentos ou partilharem informações sensíveis.

Como funciona a burla “CEO Fraud”?
A burla “CEO Fraud” é um crime que começa com um estudo meticuloso dos alvos, segundo explica a PSP em comunicado. Os burlões recolhem informações sobre os responsáveis de uma empresa e utilizam engenharia social para manipular os funcionários, levando-os a agir com base em pedidos fraudulentos. Este tipo de crime assenta em várias táticas de phishing, que se distinguem pela sua sofisticação:

  • Phishing: Envio massivo de e-mails fraudulentos a utilizadores de empresas, fazendo-se passar por fontes confiáveis.
  • Spear Phishing: Uma abordagem mais direcionada, com estudo prévio do utilizador ou grupo de utilizadores, onde se recolhem dados pessoais dos visados para dar mais credibilidade à fraude.
  • Whale Phishing: Focado nos altos executivos ou administradores de uma empresa, com o objetivo de desviar grandes somas de dinheiro ou obter dados confidenciais.

Após recolherem informações suficientes, os burlões avançam com a fraude. As formas mais comuns de ataque incluem:

  • Personificação de um diretor: Os criminosos fazem-se passar por diretores ou outros superiores hierárquicos da empresa, solicitando a um funcionário que realize um pagamento ou uma transferência com carácter de urgência.
  • Personificação de um cliente ou fornecedor: O burlão finge ser um cliente ou fornecedor da empresa, pedindo que pagamentos pendentes sejam feitos para uma nova conta bancária.
  • Personificação de um funcionário: Neste cenário, o burlão assume a identidade de um funcionário e pede à empresa que altere o IBAN para onde o salário é transferido.

As técnicas usadas pelos burlões

O sucesso da “CEO Fraud” está não só na preparação meticulosa dos criminosos, como também nas técnicas de manipulação utilizadas. A PSP destaca algumas das estratégias mais comuns:

  • Sensação de urgência: O burlão insiste na urgência da transação, muitas vezes alegando que a demora poderá ter consequências graves para a empresa.
  • Contacto direto: Os criminosos podem afirmar que o responsável pelo pagamento está indisponível, forçando o funcionário a agir por conta própria.
  • Sigilo: Pedem que o pedido seja mantido em segredo, sob o pretexto de tratar-se de uma questão delicada ou confidencial.

Reforço da segurança: as recomendações da PSP

Para prevenir este tipo de burla, a PSP aconselha as empresas e organizações a adotarem um conjunto de boas práticas de segurança, que podem fazer a diferença na proteção contra estes crimes:

  1. Estabelecer procedimentos internos para a alteração de IBAN, exigindo sempre uma dupla confirmação por parte do responsável.
  2. Implementar uma política de pagamentos que inclua uma dupla verificação da legitimidade de cada transação.
  3. Nunca partilhar códigos ou credenciais de acesso através de mensagens ou telefonemas, mesmo que o pedido pareça vir de uma entidade séria.
  4. Verificar sempre o remetente de e-mails ou o número de telefone de mensagens recebidas, especialmente se forem solicitados dados sensíveis ou transferências financeiras urgentes.
  5. Promover ações de sensibilização internas junto dos funcionários, educando-os sobre os riscos associados a este e outros tipos de fraude.

Apesar de o número de ocorrências ainda ser reduzido, segundo a PSP, o impacto financeiro e operacional nas empresas vítimas da “CEO Fraud” pode ser devastador. Este tipo de crime, com origem em sofisticadas técnicas de engenharia social, explora as falhas nos processos internos de segurança e a confiança excessiva que muitas vezes existe entre os funcionários e os seus superiores.

A PSP mantém-se atenta a este fenómeno criminal, reforçando a importância de medidas preventivas para mitigar os riscos de ser alvo destas burlas. Num contexto em que as empresas dependem cada vez mais de transações digitais e de comunicação eletrónica, é essencial que estas adotem uma postura proativa no combate à fraud investindo, por exemplo, em políticas de segurança robustas e em formações regulares para todos os colaboradores.

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