Catedral de Notre Dame prepara reabertura aos visitantes, apesar dos andaimes e guindastes no exterior

A Catedral de Notre Dame prepara-se para reabrir portas aos visitantes, depois do devastador incêndio em 2019: o presidente francês Emmanuel Macron vai visitar as obras esta sexta-feira, antes da reabertura – agendada para 8 de dezembro -, sendo que vão manter-se visíveis no exterior os andaimes e guindaste, o que tem provocado reações mistas entre os parisienses.

Recorde-se que o líder francês prometeu um cronograma de reconstrução de cinco anos, após o incêndio de abril de 2019, fazendo um apelo para o rápido renascimento do monumento de quase 900 anos. “Nós reconstruiremos a catedral para que ela fique ainda mais bonita”, prometeu. O interior está pronto para receber visitantes, a 8 de dezembro, mas Philippe Jost, chefe de reconstrução, confirmou que o trabalho externo continuará até 2025, com andaimes no lado leste previstos para permanecer por mais três anos.

A visão de andaimes e guindastes atraiu críticas dos moradores. “É uma monstruosidade”, salientou Anne Leclerc, uma advogada, citada pela revista ‘Newsweek’. “Parece um projeto inacabado.” No entanto, há quem especule que a reabertura está a ser apressada para se alinhar à presidência de Macron, que termina em 2027. “É política, ele quer que isso acabe enquanto ainda é presidente”, disse o professor aposentado Jean-Baptiste Lefèvre.

Apesar dessas críticas, a reabertura é vista como um momento crucial para Paris. O incêndio deixou um vazio significativo na paisagem cultural e espiritual da cidade, e muitos estão ansiosos pelo regresso da catedral, mesmo que a restauração externa não esteja completa.

A construção original de Notre Dame levou quase 200 anos, começando em 1163, e os historiadores pedem paciência com sua meticulosa restauração. O incêndio de 2019 destruiu a torre, o telhado e as intrincadas vigas de madeira da estrutura medieval, exigindo uma reconstrução histórica precisa.

Apesar dos desafios, os especialistas elogiaram o rápido progresso, mesmo condicionado com os atrasos resultantes da pandemia da Covid-19. A restauração interna trouxe de volta a vivacidade aos murais, esculturas e cantaria, com abóbadas reconstruídas de acordo com as suas especificações originais do século XIII. “A reconstrução de Notre Dame é um sinal de esperança para todos”, disse Olivier Ribadeau-Dumas, reitor da catedral.

A visita de Macron esta sexta-feira é a sétima desde o incêndio: a 7 de dezembro, fará um discurso do lado de fora da catedral, seguido por uma missa inaugural no dia seguinte. As visitas públicas começarão a 8 de dezembro, com entradas gratuitas durante a primeira semana. O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, prevê um aumento de visitantes, projetando 15 milhões de pessoas anualmente.

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